Descoberta primeira evidência de água líquida em Marte

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Descoberta primeira evidência de água líquida em Marte

Descoberta primeira evidência de água líquida em Marte. Sim, água líquida num planeta com temperaturas de -100 graus Celsius todas as noites.


Apesar de mergulhar regularmente em temperaturas tão baixas quanto -100 graus Celsius, Marte parece ter pequenas quantidades de água líquida, de acordo com novos dados coletados pelo rover Curiosity.

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Embora a descoberta de gelo em Marte em 2002 tenha sido um grande avanço na época, a descoberta de água líquida será o expoente máximo científico. Mas como é que a água líquida ainda tem a chance de se formar numa atmosfera tão frígida?

Pesquisadores que analisaram os dados do rover Curiosity, liderados pelo cientista planetário Javier Martín-Torres, da Universidade de Tecnologia de Luleå, na Suécia, suspeitam que o sal poderia ser responsável por pequenos bolsões de água marciana, ao permitir que a água fique abaixo da temperatura de congelamento.

A evidência de sais de perclorato - que se formam quando um ião perclorato se forma a partir de um átomo de cloro e quatro de oxigénio que se combinam com magnésio, cálcio ou ferro - foram detectados em Marte em 2008.

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A publicação na revista Nature Geoscience, descreve como os cientistas pensam que funciona o ciclo da água perpétua de Marte. Começa com o vapor de água na atmosfera, que é absorvido pelas grandes quantidades de sal na superfície. À noite, quando as temperaturas baixam, em conjunto, estes sais estão tão saturados de vapor de água, que formam bolsões líquidos. Estes bolsões permanecem até às temperaturas diurnas - que podem ser superiores a 100 graus Celsius - transformando-se novamente em vapor.

Curiosamente, Martín-Torres afirma que o lugar onde encontraram as evidências de água líquida foi na cratera Gale, que é uma das regiões mais quentes e secas do planeta. Isso significa que será ainda mais provável que estes bolsões salgados se formem noutros lugares de Marte. "Se encontrarmos bolsões no equador, deverá haver bolsões em todo o planeta", disse ele.

Por incrível que pareça, o Curiosity não foi ainda capaz de capturar imagens de água líquida em Marte, porque a tecnologia necessária para operar uma câmera (e do próprio rover Curiosity) a -100 graus ainda não foi inventada. Em vez disso, os cientistas têm que confiar em medidas relativas de humidade, temperatura do ar e do solo usando a Estação de Monitoramento Ambiental do rover (REMS).

Mas, apesar da água líquida ser o ingrediente chave para a vida como a conhecemos, Martín-Torres acredita que ninguém deve esperar encontrar vida em Marte. O planeta tem uma discrepância de temperaturas diurna e noturna de tal forma evidente que não é possível à vida como a conhecemos existir.

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Ainda assim, esta descoberta torna a perspectiva dos seres humanos viverem em Marte um pouco mais atraente - sendo que talvez os futuros colonos do planeta vermelho sejam capazes de colher alguma desta salmoura líquido durante a noite e filtrá-la para a transformar em algo utilizável. Nós apenas temos que esperar e ver o que acontecerá.
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