Nas mulheres, escolher um parceiro, enquanto tomam a pílula pode ter ramificações duradouras sobre a satisfação marital, descobriu uma nova pesquisa.
As novas descobertas mostram que as mulheres que iniciam ou param a contracepção hormonal durante um relacionamento tendem a experimentar uma queda na satisfação, de acordo com o novo estudo publicado a 17 de novembro na revista Proceedings.
De forma ainda mais estranha, as mulheres no estudo, que se juntavam aos seus futuros maridos enquanto tomavam pílula e mais tarde paravam de usar a medicação, também se tornavam menos satisfeitas se os seus maridos fossem menos atraente do que a média.
Aliás, se o esposo fosse bonito, as mulheres tornavam-se ainda mais satisfeitas depois de pararem de tomar os hormônios, mostrou o estudo. O efeito pode ocorrer porque o estrogênio e a progesterona no controle de natalidade hormonal afeta a fertilidade das mulheres e o que eles procuram em um companheiro, afirma o estudo.
Estudos anteriores descobriram que as mulheres preferem parceiros de aparência mais masculina quando estão ovulando. A teoria, que ainda é controversa, é a de que os homens masculinos têm bons genes, o que beneficiaria a prole de uma mulher, se ela engravidasse.
Satisfação e pílula
Os pesquisadores queriam entender melhor como a atratividade do marido de uma mulher pode interagir com o seu controle de natalidade para afetar a satisfação. Na verdade, eles descobriram que o controle da natalidade desempenha um papel na sua satisfação com o seu parceiro.
Quando as mulheres casadas foram questionadas sobre a sua satisfação, as que estavam usando o mesmo regime de controle de natalidade quando começaram o relacionamento relataram níveis mais elevados do que aquelas que tinham mudado o seu regime.
Por exemplo, as mulheres que começaram a namorar os seus maridos, enquanto tomavam pílula e que ainda estavam tomando a pílula durante o casamento eram mais satisfeitas, em média, do que as mulheres que estavam a tomar a pílula, quando o casal começou a namorar, mas deixaram de tomar após a lua de mel.
Satisfação conjugal
No geral é um pouco mais complicado. As mulheres no estudo que começaram as suas relações enquanto tomavam pílula tornaram-se menos satisfeitas com o casamento após a interrupção do medicamento, mas apenas se o marido fosse menos atraente do que a média.
Em contraste, as mulheres que se casaram com homens que eram mais atraentes do que a média estavam, na verdade, mais satisfeitas com os seus casamentos depois de parar de tomar a pílula.
Esta constatação sugere que as mulheres que estão tendo ciclos menstruais naturais são mais intrigadas com a boa aparência e, assim, obtem um aumento de satisfação após a interrupção da pílula se o seu marido tiver boa aparência.
Em contraste, uma mulher que se casou com um homem menos atraente e que, em seguida, parou de tomar a pílula pode tornar-se geralmente mais interessada em rostos bonitos, acabando por decepcionar-se com o seu marido.
Estudo de longo prazo
O estudo acompanhou 48 casais durante quatro anos de casamento e outros 70 casais durante apenas um ano. Os pesquisadores questionaram os casais sobre o uso de controle de nascimento e sobre a sua satisfação conjugal e íntima. De igual forma, também pediram a independentes não envolvidas para avaliar a atratividade dos rostos dos maridos com base em fotografias.
A natureza de longo prazo do estudo reforça a confiança dos pesquisadores nas conclusões, mas advertem que o projeto do estudo faz com que seja difícil provar que os hormônios causam as mudanças na satisfação.
No entanto, os pesquisadores foram capazes de excluir alguns outros fatores externos que podem influenciar a satisfação com o relacionamento, nomeadamente a gravidez e a tentativa de gravidez.
Uma peculiaridade das conclusões foi a de que, apesar de parar tomar a pílula afetar a satisfação, iniciar a sua toma a meio da relação não o fez. Isso foi surpreendente e mais pesquisas devem pesquisar a razão para isso. [Livescience]
