Um mistério de supernova que intrigou os astrónomos durante mais de duas décadas foi finalmente resolvido. Saiba como.
Pesquisadores usaram dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA para determinar que a supernova SN 1993J - que foi observada pela primeira vez em 1993 - ocorreu porque uma estrela prendeu hidrogênio de outra.
"Isso é como uma cena de crime, e nós finalmente identificamos o ladrão", disse Alex Filippenko, professor de astronomia da Universidade da Califórnia, e co-autor do estudo.
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"A estrela companheira roubou um monte de hidrogênio antes de a estrela principal explodir”, acrescentou. Um sinal de que algo estava estranho veio de olhar para a composição de SN 1993J, que é uma supernova do tipo IIb.
Esse é um tipo raro de explosão de estrela que tem muito menos hidrogênio do que as supernovas típicas. Os astrônomos começaram a procurar a estrela companheira logo após a descoberta de SN 1993J, que se encontrado na galáxia Messier 8, a cerca de 11 milhões de anos-luz da Terra.
No entanto, eles foram incapazes de encontrar a companheira porque a zona de supernova estava tão cheia que era difícil saber se estavam observando a estrela correta.
"Um sistema binário é provavelmente necessário para perder a maioria do hidrogênio da estrela principal antes da explosão", disse o principal autor Ori Fox, também da UC Berkeley.
"O problema é que, até à data, as observações diretas da estrela companheira binária têm sido difíceis de obter, uma vez que é tão fraca em relação à própria supernova", acrescentou o astrónomo.
Mas a descoberta chegou ao combinar imagens ópticas com dados ultravioletas do Hubble para encontrar o espectro de elementos esperados emanar da estrela companheira.
A equipe pretende analisar o sistema ainda mais aprofundadamente para encontrar mais propriedades da companheira e para melhor entender como as estrelas explodem, disseram os pesquisadores.
Apesar de as supernovas ocorrerem uma vez a cada segundo em todo o cosmos, a sua captura é um desafio para os astrônomos. Muitas delas parecem fracas porque eles estão longe do nosso planeta, ou podem ser obscurecidos por poeira cósmica.
Isso faz com que a previsão de explosões de estrelas seja ainda mais um enigma para os cientistas. A pesquisa foi publicada na edição de 20 de julho da revista científica Astrophysical Journal.[Space]