Ser capaz de reconhecer indivíduos com precisão é importante nas interações humanas. Mas porque evoluímos para ter caras tão diferentes?
Os cães cheiram os rabos, os pinguins chamam para se reconectar com os seus parceiros e os seres humanos usam o reconhecimento facial para se reconhecerem.
A capacidade de reconhecer rostos humanos é um elemento crucial para o funcionamento da sociedade humana. Isso só é possível porque evoluímos caras que são muito diferentes.
Um estudo publicado na revista Nature Communications, forneceu alguns insights sobre os mecanismos evolutivos que deram aos seres humanos mais diversas características faciais do que aos outros animais.
O estudo verificou que existe uma variação enorme de características faciais em seres humanos, tais como a distância entre os olhos, em comparação com outras partes do corpo. Por exemplo, enquanto as pessoas relativamente baixas são susceptíveis de ter braços mais curtos e pernas mais curtas, as características faciais não seguem os mesmos padrões.
Os traços mais variáveis foram encontrados dentro do triângulo dos olhos, boca e nariz. Os pesquisadores analisaram dados genéticos do projeto Genoma 1000, que sequenciou mais de 1.000 genomas humanos, em conjunto com as medidas do corpo humano. Eles descobriram que a relação entre genes e características do corpo, como altura eram confiáveis, mas a influência dos genes sobre as características faciais foi mais irregular.
Os seres humanos, em média pode distinguir rostos com 97,53 por cento de precisão (embora, curiosamente, as máquinas estejam a aproximar-se já que os software de reconhecimento facial do Facebook e DeepFace, podem atingir quase o mesmo nível de precisão).
No entanto, há um pequeno número de pessoas com uma doença chamada prosopagnosia, mais comumente conhecida como cegueira facial, que não conseguem reconhecer rostos próprios ou de outras pessoas. Este distúrbio pode causar dificuldades significativas em situações sociais - pode ser extremamente desconfortável, mas também, potencialmente, muito perigoso.
Este estudo fornece insights sobre por que os humanos são geralmente tão bons em distinguir caras, e o estudo futuro nesta área pode ajudar a explicar por que algumas pessoas não têm essa capacidade. [Sciencealert]