A tectônica de placas é o movimento da crosta que constrói montanhas e abre bacias oceânicas. Cientistas acreditam que esse processo começou devido à gravidade.
Um novo modelo de computador sugere que o movimento tectônico começou por causa da gravidade, em que continentes inteiros achataram sob o seu próprio peso.
Atualmente os continentes e bacias oceânicas flutuam sobre o manto, a camada abaixo da crosta, que flui como massa de vidraceiro. Partes profundas do manto aquecem, e ascendem, acabando por arrefecer e afundar novamente, criando enormes correntes circulares.
Essas correntes empurram e puxam as placas tectônicas em toda a superfície da Terra. Quando as placas colidem entre si, fazem montanhas como os Himalaias, e onde se afastam, rocha fundida borbulha e produz nova crosta.
A crosta é reciclada em zonas de subducção, como a que marca o "Anel de Fogo" do Oceano Pacífico, onde afunda de volta para dentro do manto. Mas no início da história da Terra, o manto era mais quente e, talvez, demasiado quente para trancar os continentes.
Saiba mais: O que são placas tectónicas?
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Além disso, a crosta continental e oceânica era mais grossa e teriam flutuabilidade semelhante devido ao calor adicional vindo de baixo. As placas teria sido apenas imóveis, não tendo grandes movimentos, até o manto arrefecer para gerar força suficiente para promover o movimento.
É por isso que a maioria dos geólogos pensam que as placas tectônicas atuais iniciaram-se após a queda da temperatura do manto, afirma Patrice Rey, professor associado da Universidade de Sydney e principal autor do novo estudo.
A gravidade da Terra se move
No entanto, há pedaços de xenólitos que são encontrados em antigas placas continentais, que são algumas das rochas mais antigas da Terra. Elas mostram evidência de fusão e arrefecimento repetido, em uma estrutura em camadas.
O novo modelo de computador explica como essas rochas sedimentares podem aparecer em uma jovem e quente Terra, mesmo sem as modernas placas tectônicas. Em vez de subducção impulsionada pelo manto em movimento, as placas rochosas iniciais, que compõem a crosta de nosso planeta, começaram a se espalhar como queijo derretido ao longo de suas bordas.
O resultado foi que algumas placas deslizaram sobre as outras, fazendo com que a placa na parte inferior mergulhasse no manto, ou submergisse. À medida que as placas se espalharam sob o seu próprio peso, derreteram parcialmente na parte inferior.
Esse afinamento da crosta trouxe mais material do manto, que arrefeceu e endureceu, tornando-se semelhante a crosta, acrescendo sobre a placa antiga. Os pesquisadores, detalharam o seu trabalho a 17 de setembro na revista Nature. [Livescience]