Descoberto estranho novo tipo de célula cerebral

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Descoberto estranho novo tipo de célula cerebral

A descoberta de um novo tipo de célula cerebral deixou os neurocientistas a coçar a cabeça sobre qual será a função desses intrigantes neurônios.


Embora os neurônios tenham diferentes formas e tamanhos, o projeto básico é composto por um corpo celular, a partir do qual se projetam apêndices finos chamadas dendritos e axônios.

Os dendritos são estruturas semelhantes a ramos que recebem sinais de outras células nervosas e entregam-nos no corpo celular. O neurônio, em seguida, processa os sinais e envia a informação para a próxima célula através de uma longa projeção chamada axônio.

Pelo menos, é assim que normalmente funciona. As células recém-descobertas têm uma forma diferente e o seu processo é desconhecido. Nestas células, os sinais pulam o corpo celular por completo, viajando ao longo de um axônio que se projeta diretamente de um dos dendritos.

"Descobrimos que em mais de metade das células, o axônio não emerge do corpo celular, mas de um dendrito menor", disse Christian Thome, neurocientista da Universidade de Heidelberg e do Centro Bernstein Heidelberg-Mannheim

Descoberta inesperada 


As novas células foram descobertas no cérebro de um rato. Especificamente, elas são encontradas no hipocampo, uma estrutura profunda do cérebro envolvida na memória e na navegação. Os seres humanos têm a mesma estrutura e os tipos de células do hipocampo que o rato tem.

O hipocampo é a casa de neurônios extensivamente ramificados chamados células piramidais, assim apelidados por causa dos seus corpos celulares triangulares. Para mapear as conexões entre essas células, os pesquisadores usaram uma proteína fluorescente vermelha.

A equipe esperava que os axônios se estendessem desde os corpos celulares. Em vez disso, eles viram que, em muitos casos, os axônios surgiam a partir de dendritos. A base do hipocampo é dividida em áreas marcadas CA1, CA2, CA3 e CA4.

O local mais comum para as células de forma estranha foi a região CA1, onde cerca de 50 por cento das células tinha esse formato. Cerca de 28 por cento das células na região CA3 também tinham a forma recentemente descoberta.

Entrada emocionante


Para descobrir como esses axônios funcionavam, os pesquisadores usaram pulsos de luz para ativar um neurotransmissor chamado glutamato. Os neurotransmissores são substâncias químicas liberadas pelas células nervosas para transmitir mensagens de célula para célula.

Eles descobriram que os dendritos ligados diretamente a um axônio responderam fortemente ao mesmo fluxo de neurotransmissores, ativando a célula nervosa, disse o pesquisador Tony Kelly, um pós-doutorado na Universidade de Bonn.

"Dessa forma, as informações transmitidas por este dendrito especial influenciam o comportamento da célula nervosa mais do que a entrada de qualquer outro dendrito", disse Kelly em comunicado. Os pesquisadores relataram as suas descobertas na revista Neuron.

Resta saber por que essas células do hipocampo precisam destas derivações especiais que pulam sobre o corpo celular. A hipótese apontada parece ser a de tornar as células mais fortes, menos propensas a ter as suas respostas inibidas, escreveram os pesquisadores. [Livescience]

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