De acordo com um relatório elaborado pela instituição Tobacco Free Kids, os cigarros estão mais viciantes e perigosos do que se pensava.
O relatório, que foi elaborado tendo como base pesquisas e documentos elaborados e cedidos pela indústria do tabaco, afirma que é mais fácil uma pessoa tornar-se dependente do cigarro que da cocaína e da heroína.
Segundo o mesmo relatório, tal facto resulta de uma estratégia adotada pelas companhias tabaqueiras tendo por objetivo aumentar os lucros. Amônia, açúcares, e mais nicotina foram sendo adicionados à fórmula dos cigarros nos últimos 50 anos.
Aparentemente, tais aditivos fazem com que o fume se torne menos agressiva ao paladar e mais fácil de ser inalado, sendo que, por esse motivo, também aumentam o efeito nocivo do cigarro à saúde dos fumadores.
De facto, para ter uma ideia, entre 1999 e 2011 o teor de nicotina dos cigarros aumentou em cerca de 14,5%, em média. A substância é o principal causador de dependência do cigarro, e os sintomas da sua abstinência aparecem poucas horas depois de fumar.
De igual forma, a amônia aumenta a velocidade com que a nicotina é absorvida, amplificando a sensação de satisfação após fumar. No mesmo sentido, o açúcar, além de dar sabor, também é capaz de suavizar o sabor do fumo.
Tais estratégias para aumentar a atratividade do produto e facilitar a sua dependência não passam só pelo tabaco. Também o papel e os filtros ganharam pequenos orifícios, que permitem ao fumador aspirar um volume muito maior de fumo. São os chamados filtros ventilados.
"Nicotina e heroína apresentam mecanismos semelhantes para o desenvolvimento da dependência", afirmou David Burns, um dos autores do relatório e professor da Universidade da Califórnia. "Companhias usam os aditivos para aumentar o número de vendas, atrair jovens e evitar que pessoas abandonem o tabagismo", acrescentou. [info]