Nos EUA o exército quer dar aos seus soldados os mesmos poderes de auto-regeneração do super-herói Wolverine, que consegue acelerar a cura de ferimentos.
A DARPA chama a esse novo projeto ElectRx. De facto a descrição que a agência americana dá relativamente ao projeto é bastante fascinante.
Segundo a DARPA, ElectRx (pronuncia-se “electrics”) visa desenvolver novas tecnologias de alta precisão e minimamente invasivas de modulação de circuitos nervosos para restaurar e manter a saúde humana.
Esta tecnologia também pode ajudar a acelerar a pesquisa científica voltada a atingir um entendimento mais completo da estrutura e funcionamento de circuitos neurais específicos envolvidos em funções do sistema imunológico.
Assim, o projeto visa também oferecer uma nova esperança para o tratamento de uma gama de doenças inflamatórias, incluindo artrite reumatóide, síndrome da resposta inflamatória sistémica e doença inflamatória intestinal.
Por fim, o ElectRx também pode ajudar a melhorar tratamentos estimulantes periféricos para doenças de saúde mental e cerebral, como epilepsia, traumatismo crânio-encefálico, transtorno de stress pós-traumático e depressão.
Segundo a DARPA, a tecnologia irá acelerar a recuperação de pacientes ao modular a sinalização nervosa e ao monitorizar constantemente a resposta do paciente ao tratamento.
Doug Weber, da DARPA, diz que “a tecnologia que a DARPA planeia desenvolver através do programa ElectRx pode mudar fundamentalmente a maneira como os médicos diagnosticam, monitorizam e tratam ferimentos e doenças”.
Em vez de depender apenas de medicamentos a tecnologia irá permitir visualizar um sistema de loop fechado que trabalharia em parceria como um pequeno marca-passo inteligente.
Ele avaliaria continuamente as condições e proporcionaria padrões de estímulos à medida para ajudar a manter a função do órgão saudável, ajudando pacientes a recuperarem e ficarem saudáveis usando os sistemas do próprio corpo.
De acordo com o Departamento de Defesa dos EUA este conceito não é novo. Já há dispositivos que usam a neuromodulação para tratar casos como doenças inflamatórias crónicas, mas produzem efeitos colaterais devido a imprecisões, além de serem demasiado grandes e exigirem implantes cirúrgicos.
A DARPA menciona ainda que o ElectRx “visa a criar dispositivos ultraminiaturizados, com aproximadamente o mesmo tamanho de fibras nervosas individuais, o que exigiria procedimentos mínimos de inserção como injeção através de agulha”.
Certamente que esses dispositivos não irão fechar milagrosamente um buraco de bala, mas podem acelerar cura e solucionar doenças crónicas. Trata-se de um grande passo para uma medicina bem avançada e que aponta para o futuro do planeta. [Gizmodo]