Há 60 anos que não se descobria uma nova fortaleza viking, facto que levou os historiadores a supor que já havíamos encontrado todas.
No entanto, no passado fim de semana, arqueólogos dinamarqueses e ingleses anunciaram a descoberta de uma nova fortaleza que tem vindo a ser procurada há anos.
A fortaleza localiza-se a cerca de 65 km a sul de Copenhaga, na Dinamarca, num ponto onde os pesquisadores acreditavam ficar um forte.
No entanto, os arqueólogos precisaram de recorrer a novos métodos oferecidos pela geofísica para encontrarem a enigmática fortaleza.
Juntamente com Helen Goodchild, da Universidade de York, na Inglaterra, a equipa conseguiu descobrir evidências de uma enorme fortaleza circular com quatro aberturas, cada uma cercada por portões de madeira incendiados presumivelmente durante uma batalha.
Mas como foi descoberto este local arqueológico? De acordo com a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, uma técnica chamada gradiometria gravimétrica foi utilizada. Tal técnica envolve tomar medidas do campo magnético da Terra encontrados no solo do local.
Comparando as variações entre um local e outro, os cientistas foram capazes de detectar onde os humanos tinham alterado a Terra, e souberam onde escavar.
De acordo com o pesquisador Søren Sindbæk, da Universidade de Aarhus e um dos cientistas envolvidos, a medição das pequenas variações no magnetismo da terra permite identificar aspectos antigos sem destruir nada.
Desta forma, os pesquisadores obtiveram uma “imagem fantasma” incrivelmente detalhada da fortaleza em poucos dias. Tal procedimento permitiu aos pesquisadores saber exatamente onde colocar as trincheiras de escavação para obter o máximo de informação possível sobre a fortaleza.
A imagem acima mostra o resultado revelado pela utilização da técnica, ajudando a equipa de pesquisa a descobrir exatamente por onde começar a estudar.
O anel que se vê tem quase 150 mt de largura, e no seu interior, casas comunais teriam servido como moradia. Tal arquitectura é aparentemente semelhante a Trelleborg, outra fortaleza anelar do mesmo período que se situa a 60 km a leste da nova descoberta.
Os pesquisadores ainda estão à espera dos resultados de laboratório do portão queimado, para então obter uma datação mais precisa da fortaleza. No entanto, especulam que a fortaleza pode remontar ao rei Haroldo I da Dinamarca, também conhecido como Haroldo Dente-Azul.
Harolod I foi um rei que unificou as tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas no fim do primeiro milénio. No entanto, a fortaleza também pode ser da época de Sueno I da Dinamarca, que depôs o pai Haroldo na virada do primeiro milénio.
Também conhecido como “Barba-Bifurcada”, ele viria a tornar-se rei de Inglaterra depois de invadir Londres em 1013. De acordo com o Telegraph, esta fortaleza pode ter sido usada para lançar o ataque final de Sueno I à Inglaterra. [Gizmodo]