A teoria da evolução parte da premissa de que as espécies se adaptam às mudanças do ambiente e, com o passar do tempo, passam essas adaptações geneticamente aos seus descendentes.
Por esse motivo, hoje somos bípedes e temos um formato de rosto menor do que o de nossos ancestrais, por exemplo.
Considerando a importância da teoria da evolução, mostramos-lhe em seguida algumas das mudanças menos óbvias que a evolução provocou na fisionomia humana.
1. Murro na cara
Desde sempre os homens disputam comida, mulheres e território através da violência. Um estudo recente, promovido pela Universidade de Utah, revelou que os homens têm rostos mais robustos para minimizar os prejuízos causados por levar um murro na face.
Os ossos que se tornaram mais fortes com o passar do tempo foram precisamente aqueles mais afetados em lutas que envolvem socos. Esses ossos são também os que mostram a maior diferença entre o crânio feminino e o masculino.
Ao que parece, a face masculina desenvolveu-se para ficar maior e mais resistente, já que as lutas são mais comuns entre homens. Se isso for mesmo verdade, significa que algumas de nossas características físicas se desenvolveram para melhorar nosso desempenho em combate.
2. Mudança das mãos
Se o rosto se desenvolveu para levar mais socos sem sofrer danos, o mesmo terá acontecido às mãos, afirma uma pesquisa da Universidade de Utah, que descobriu que formato das nossas mãos teria sido adaptado para proporcionar um soco “perfeito”.
Com o passar dos anos, o tamanho da palma das nossas mãos diminuiu e o polegar ficou mais flexível, o que nos permite fechar a mão perfeitamente. É possível que a mudança tenha sido provocada pelos mesmos genes que deixaram os pés com dedos menores e com um dedo maior.
3. Herpes
A doença acompanha a humanidade desde que éramos primatas, há 6 milhões de anos. Hoje, estima-se que, pelo menos 65% da população mundial tenham um tipo de herpes, que geralmente se manifesta no frio sob a forma de pequenas feridas na boca.
4. Paradoxo evolucionário
Geralmente quando uma espécie evolui e o tamanho do cérebro aumentado, os seus dentes também aumentam, no entanto isso não aconteceu com os humanos, fato a que se dá o nome de "paradoxo da evolução".
Se por um lado cérebro humano aumentou de tamanho, os dentes, por outro lado, ficaram menores. Além disso, os humanos são os únicos animais que têm uma camada mais grossa de esmalte dentário, possivelmente desenvolvida para que possamos comer alimentos mais densos.
Além disso, esse esmalte ajuda os cientistas na hora de desvendar a idade e a dieta de um fóssil humano. Mais uma curiosidade sobre dentes: os Neandertais foram os primeiros a usar palito de dente para aliviar dores e incómodos nas gengivas.
5. Avós ajudam a viver mais
Cientistas da Universidade de Utah estudam a chamada "hipótese da avó", uma teoria que defende que as pessoas têm maior expectativa de vida do que os primatas porque os avós humanas sempre alimentam os netos. Os outros primatas têm o costume de procurar pela própria comida depois de desmamados.
Quando as avós ajudam a alimentar os netinhos, as mães podem ter mais filhos, mais rapidamente. Muitos antropólogos relacionam a longevidade humana com o aumento do cérebro, mas os pesquisadores da Universidade de Utah incluem fatores como a caça e os laços entre casais e familiares.
O efeito da proteção das avós, quando incluído nas simulações de evolução, aumenta consideravelmente a expectativa de vida dos humanos. A conclusão é a de que a proteção recebida da avó ao longo dos anos contribuiu para o aumento do cérebro, melhorou as relações sociais e, inclusive, nos ajudou a realizar trabalhos em equipa.
6. Ainda sobre o tamanho do cérebro
Pesquisadores da Universidade do Colorado têm outra teoria que poderia explicar o aumento de tamanho do cérebro humano. Eles encontraram uma proteína dominante, que na verdade é uma unidade específica dentro de uma proteína, e descobriram que ela é muito mais comum em humanos do que em outros animais.
A substância em questão é conhecida como DUF1220 e, quanto mais você tem essa proteína, maior é o seu cérebro. O genoma humano tem 270 cópias da DUF1220; os chipanzés têm 125 cópias e os gorilas 99. Os ratos têm apenas um exemplar. Isso pode significar que o tamanho do cérebro tem a ver com a quantidade dessa proteína.
7. Capacidade de arremessar
A nossa capacidade de jogar baseball, basquete e dardos é uma herança dos nossos ancestrais, que tiveram que aprender a lançar pedras e pedaços de madeira contra as suas presas na hora de caçar – isso há uns 2 milhões de anos.
Cientistas tentam entender como conseguimos lançar objetos com as mãos com tamanha eficiência. Uma avaliação de um jogador de baseball mostrou que o ombro humano serve como uma espécie de estilingue na hora de libertar energia para o lançamento. Algumas regiões do ombro e do braço evoluíram, inclusive, para armazenar energia para o arremesso.
8. Relação entre longevidade e metabolismo lento
Talvez esta informação deixe você um pouco deprimido, mas os humanos e os outros primatas queimam 50% menos de calorias do que os restantes mamíferos. O lado bom disso é que, de acordo com um estudo recente, o nosso metabolismo mais lento pode explicar o fato de envelhecermos tão lentamente, termos filhos com menos frequência e vivermos mais.
9. O que mais influenciou a evolução humana
E se fizéssemos uma viagem molecular no tempo. Parece coisa de ficção científica, mas é mais ou menos o que alguns cientistas da Universidade de Chicago têm feito. Tudo começou com a análise de uma proteína humana na sua forma de existência há milhões de anos.
Essa mesma proteína tornar-se-ia, eventualmente, no receptor celular da hormona do stress, o cortisol. A ideia era descobrir uma maneira de entender como a proteína primitiva se tornou um receptor de cortisol.
Depois de analisar várias hipóteses, os pesquisadores chegaram a uma resposta. Duas mutações completamente casuais necessitaram acontecer para permitir que a proteína se desenvolvesse de tal forma. Ou seja, a forma moderna dessa proteína é o resultado de algumas mudanças aleatórias.
Acredita-se que uma série de eventos acidentais afetaram as proteínas que nos caracterizam como humanos modernos. Pensar que proteínas podem desenvolver-se e adquirir novas funções é, na verdade, uma forma de tentar explicar a diversidade genética. [Megacurioso, Listverse]