Há enormes redemoinhos nos nossos oceanos que medem até 500 km de diâmetro e têm uma influência muito maior sobre o clima do mundo do que pensávamos.
Também conhecidos como vórtices de mesoescala, estes redemoinhos podem crescer entre 100 km e 500 km de diâmetro e muitas vezes formam-se em torno de ilhas, onde o movimento das correntes é interrompido.
Eles giram à volta, carregando enormes quantidades de água e calor até que gradualmente ficam sem força e se dispersam na água circundante.
De acordo com Michael Slezak, da New Scientist, os pesquisadores assumiam que enquanto eles giravam no oceano, ficavam menores e mais lentos, sendo que o calor que exalavam difundia-se em muitas direções diferentes e de forma gradual, dificilmente tendo qualquer efeito sobre o clima.
No entanto, "agora, pela primeira vez, a quantidade de água e calor que conduzem foi medido e não é que os vórtices têm um efeito grande", disse Slezak.
Uma equipa de pesquisadores da Universidade do Havaí, nos EUA usaram dados de satélite recolhidas entre 1992 e 2010, para identificar grandes redemoinhos e usaram dados de sensores flutuantes no oceano para mapear as suas formas, volumes e temperaturas.
A sua investigação, publicada na revista Science, revelou que os vórtices movem-se em torno de tanta água do oceano, como as correntes normais fazem, e porque são forçados num movimento para o oeste pela rotação da Terra, entregam 30 milhões toneladas de água do mar a cada segundo para a costa leste dos continentes do mundo.
"Não está claro o que isso significa para o tempo, mas é provável que seja significativo", disse Slezak à New Scientist, chamando aos vórtices de mesoescala o equivalente no oceano das tempestades.
"Algumas das maiores fontes mundiais de variabilidade do clima, como o El Niño, são alimentados por transporte de calor através dos oceanos, conduzido por correntes de vento e mar", concluiu Slezak. [Sciencealert]