Um asteróide visto pela primeira vez na década de 1950, o 1950 DA, pode acabar com a Terra daqui a 866 anos, a 16 de março de 2880.
A chance de colisão é pequena – apenas 0,3% –, mas o que chama mesmo atenção são as características do corpo celeste, que parece desafiar as leis da Física.
Segundo uma equipa de pesquisadores da Universidade de Tennesse, nos EUA, o asteróide mede cerca de 1 km de diâmetro e possui uma velocidade de rotação absurda.
Ele dá uma volta completa ao redor de si mesmo a cada duas horas e seis minutos, suficiente para que ele se desintegrasse.
De facto, o 1950 DA gira tão rápido que chega a apresentar gravidade negativa na altura de seu equador. Se por acaso um astronauta tentasse chegar até à sua superfície, ele seria arremessado para o espaço.
Mas como o asteroide permanece intacto e não se desintegra, como seria o esperado? Segundo os cientistas, estudos para determinar a temperatura e a densidade do 1950 DA levaram à conclusão de que ele apresenta forças coesivas – conhecidas como forças de van der Waals, que possibilitam que as suas moléculas fiquem unidas.
"Se apenas a gravidade estivesse a prender esse monte de pedras, como geralmente acontece, elas iriam sair voando cada uma para um lado. Portanto, forças coesivas interpartículas devem estar mantendo a união", explicou o pesquisador Ben Rozitis.
Esse tipo de forças coesivas já foi estimado matematicamente em asteróides pequenos, mas ainda não há uma prova definitiva de que elas realmente existam. "Entender o que mantém esse asteróide intacto pode ajudar a desenvolver estratégias para evitar futuros impactos", completou o cientista.
A pesquisa também mostra que algumas técnicas para tentar destruir o asteróide podem causar efeitos ainda piores. Por exemplo, colocar um objeto de grandes proporções no caminho do 1950 DA interferiria nas forças coesivas, fazendo com que o corpo celeste se dividisse em vários asteróides menores que também poderiam se chocar contra a Terra.
Estima-se que o asteróide cairia a uma velocidade de 60 mil quilómetros por hora, causando uma explosão com força de 44,8 mil megatoneladas de TNT – quase 2 milhões de vezes mais do que a bomba atómica de Nagasaki.
Embora a probabilidade de choque contra a Terra seja de apenas 0,3%, isso significa que o corpo possui um risco de impacto 50% maior do que os outros asteróides. Apesar dos números espantosos, os cientistas afirmam que não há por que se preocupar.
Caso se mostre necessário desviar a trajetória do 1950 DA, temos tempo suficiente para utilizar um método simples como cobrir a superfície com pó de carvão ou giz – isso mudaria sua a refletividade e permitiria que a luz do sol tirasse o corpo celeste do caminho da Terra. [Megacurioso]