Uma equipa de neurocientistas escaneou os cérebros de escritores profissionais e iniciantes na criação de uma obra de ficção para obter um vislumbre do seu processo criativo.
Pesquisadores liderados pelo neurocientista Martin Lotze, da Universidade de Greifswald, na Alemanha, usaram a ressonância magnética funcional (fMIR) para obter uma visão do que acontece nos cérebros de escritores profissionais e não-experientes quando estão a escrever.
Ao longo dos últimos anos, Lotze escaneou os cérebros de cantores de ópera e pianistas para tentar descobrir quais regiões são ativadas quando as pessoas estão a produzir arte. Mas esta é a primeira vez que os cientistas monitoram a atividade cerebral de escritores profissionais e novatos.
A 48 voluntários, 20 inscritos num programa de escrita criativa e 28 sem nenhuma experiência anterior em escrita literária, foram dadas duas tarefas. Primeiro, precisavam copiar algum texto. Isso deu a Lotze uma leitura da linha de base do cérebro na escrita.
Em seguida, ele pediu aos voluntários para criar a uma história, todos eles tiveram as mesmas linhas de uma história curta, com um minuto para planear, e, em seguida, cerca de dois minutos para continuar a história.
Quando os voluntários estavam a planear a história, as regiões de processamento da visão no cérebro tornaram-se ativas, informou Zimmer. Isso significa que eles poderiam "ver" as cenas que queriam escrever dentro das suas cabeças.
Uma vez que os participantes começaram a escrever, o hipocampo, uma região do cérebro associada à memória, tornou-se ativo. Lotze disse ao The New York Times que isso poderia estar a acontecer porque os escritores recuperam informações dessa área para criar diferentes personagens e situações.
Mas havia uma diferença entre os escritores experientes e os novatos: Os cérebros de escritores especialistas também mostraram atividade em regiões envolvidas na fala. "Eu acho que ambos os grupos estão a usar estratégias diferentes", disse Lotze.
É possível que os amadores estejam a assistir às suas histórias como um filme dentro das suas cabeças, mas os profissionais podem usar a sua voz interior para narrar a história em vez disso, explicou Lotze.
Havia mais uma diferença. O núcleo caudado, que desempenha um papel enorme em atividades que exigem muito treino, como na música ou desporto, tornou-se ativo em escritores experientes, mas não nos novatos.
Os resultados, publicados na revista NeuroImage, causaram polémica. Apesar de nos dar um insight sobre o funcionamento interno do cérebro de escritores profissionais, a experiência não explica de onde a criatividade e a inspiração vêm, ou como funcionam. [Sciencealert]
Excelente os parâmetros de comparação. Pegar um escritor que tem experiência e outro iniciante foi o melhor dos cenários pra desenvolver a pesquisa.
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