A suspeita falsa múmia actualmente em exposição num museu no País de Gales, na verdade contém um feto de 12 a 16 semanas de desenvolvimento, revelou uma tomografia computadorizada.
Conhecido como W1013, o artefato de 20 polegadas é uma caixa feita de cartonagem - camadas de linho endurecido com gesso ou cola - e pertence à coleção Wellcome on Egipt Center da Universidade de Swansea, que abriga mais de 5.000 objetos.
A maioria deles foram coletados pelo empresário farmacêutico vitoriano e arqueólogo Sir Henry Wellcome em escavações no Egito. A pequena múmia chegou a Swansea em 1971, mas nada se sabe sobre onde Wellcome a obteve. [10 múmias famosas e suas fascinantes histórias]
A múmia há muito intriga os especialistas. Tem uma decoração colorida num estilo da 26 ª Dinastia, por volta de 600 AC. Os resultados inconclusivos de um raio-X realizado em 1998, juntamente com inscrições sem sentido pintadas na caixa de cartonagem, sugeriam que a múmia poderia ter sido uma falsificação do século 19.
"Não é incomum hieróglifos falsos serem colocado em caixões. Sem dúvida, isso indicaria que o fabricante da peça não era alfabetizado", disse a curadora Carolyn Graves-Brown em entrevista ao Discovery News.
No entanto, mais pesquisas resolveram o mistério. No mês passado, Paola Griffiths, da Universidade de Swansea examinou o artefato. Em seguida, revelou que a maioria do interior da caixa era constituído por algo que parecia ser ligaduras de linho.
Dentro dessas faixas dobradas de material, a tomografia computadorizada revelou uma área mais escura de cerca de 3 centímetros de comprimento que os pesquisadores identificaram como um feto em posição fetal e com um saco placentário.
O que poderia ser o fémur do feto foi também identificado. "O comprimento do fémur com o tamanho da mancha escura é consistente com a de um feto de 12 a 16 semanas de idade", disse Graves-Brown.
"Outra mancha escura sugere a presença de um amuleto e há várias áreas parecidas com colares de contas", acrescentou. Decorado com padrão cruzado de formas em losango, talvez imitando a rede de contas colocado sobre algumas outras múmias, a caixa pode fornecer algumas pistas sobre o género do bebé.
O rosto é pintado de marrom-avermelhado, uma cor geralmente associada aos homens. Mas Graves-Brown adverte: "Uma vez que o feto é de apenas 12 a 16 semanas e não está em perfeito estado de conservação, é difícil dizer com certeza se é menino ou menina".
A descoberta revelou o cuidado com que até mesmo os fetos eram tratados no antigo Egito. De facto, por exemplo, dois caixões com fetos foram encontrados na tumba de Tutancâmon, afirma Graves-Brown
De igual forma, em Deir el-Medina, uma parte do cemitério oriental parece ter sido reservado a crianças, mas também aos fetos e placentas, e até mesmo a panos com sangue, acrescenta a pesquisadora.
O fato de que os fetos e os recém-nascidos eram enterrados com tais cuidados indicam que as mortes de crianças pequenas, bem como os abortos espontâneos não eram tratados casualmente. "Podemos imaginar que o feto representa a terrível perda de alguém; uma ocasião de grande tristeza e luto público", concluiu Graves-Brown. [Livescience]
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