A trabalhar num laboratório secreto em quarentena, cientistas nos EUA descobriram uma pequena molécula que salva macacos e roedores de um dos vírus mais terríveis do mundo.
O Ébola e vírus relacionados causam febre hemorrágica e morte por falência de órgãos, podendo ter uma taxa de mortalidade de até 90%, estando entre os mais altos de qualquer doença humana conhecida. [10 Doenças horripilantes que você não quer pegar]
Mas os pesquisadores a trabalhar num laboratório biológico de alta contaminante mantido pela USAMRIID em Fort Detrick, nos EUA, podem ter descoberto uma potencial cura, relataram os mesmos na revista Nature. [O que é um vírus?]
Os cientistas descobriram uma molécula, denominada BCX4430, que se parece muito com o "A" que compõe o DNA: adenosina. A adenosina é um dos quatro pares de bases de ADN, e também é usado nos genomas de vírus baseados em ARN, tais como o ébola.
Mas uma vez que BCX4430 se parece tanto com a adenosina, os cientistas descobriram que os membros da família de vírus Filoviridae, como o ébola, podem acidentalmente usá-lo como um bloco de construção ao tentar crescer dentro das nossas células.
No estudo, a equipa deu a macacos o vírus mortal Marburg mortal (um parente próximo do ébola) e duas doses de BCX4430 por dia, durante 14 dias. [Passos dados em direção da vacina do Ébola]
Os macacos que não receberam qualquer tratamento morreram após 12 dias, ao passo que todos, excepto um macaco, a quem fora dado o BCX4430 sobreviveram, mesmo se só receberam o tratamento 48 horas após terem sido infectados.
Experiências in vitro sugerem também que BCX4430 poderia potencialmente ser usada contra uma vasta variedade de vírus, incluindo SARS, gripe, sarampo e dengue. No entanto, é muito cedo para ficar animado, uma vez que ainda falta realizar testes em humanos. [7 Doenças infecciosas devastadoras]
Ainda assim, a molécula recém-descoberta detém o maior potencial que a ciência já viu para a cura destas doenças terríveis. [Sciencealert]