Medições gravitacionais feitas pela sonda Cassini confirmaram que Encélado, uma pequena lua de Saturno, abriga um oceano subsuperficial no seu hemisfério sul.
Os astrónomos acreditam que a lua pode ser potencialmente habitável.
A ideia de que Encélado pode hospedar um oceano subsuperficial não é nova. Em 2005, a sonda Cassini da NASA, revelou imagens que mostram o que pareciam ser nuvens de vapor de água a ser expelidas de fraturas perto do pólo sul da lua gelada.
Por si só, estes geysers não provaram que existia água líquida debaixo do gelo. Sendo até concebível, por exemplo, que as forças tectónicas exercidas pela maciça gravidade de Saturno tenha criado uma fricção ao longo das placas de gelo, resultando em fendas.
Mas agora, após uma análise de medições feitas pela Cassini entre 2010 e 2012, os astrónomos confirmaram que um grande reservatório de água líquida existe debaixo da superfície gelada de Encélado, graças a descoberta de uma grande anomalia gravitacional no sul da lua.
Os cientistas já confirmaram que a minúscula lua é um corpo celeste diferenciado, sendo composta por duas camadas – uma camada de gelo externo e um núcleo rochoso interno composto por silicatos.
No entanto, o que empolga os entusiastas por encontrar vida fora da Terra é que estas camada de rocha de silicato, em conjunto com a água líquida, significam que Encélado apresenta um ambiente potencialmente habitável – e que poderia ser ainda mais hospitaleiro para a vida do que Europa. [Ingredientes para a vida são comuns em Europa, a lua gelada de Júpiter (com vídeo)]
Ao contrário de Europa e do seu oceano subsuperficial global, Encélado tem um oceano nas regiões do sul que se estende desde o pólo sul em todas as direções até cerca de 50 graus - cerca da metade do caminho até ao seu equador. Este mar é mais profundo perto do pólo sul.
Os astrónomos não descartam a possibilidade de algo maior, mas os dados atuais não apoiam tal hipótese. O grande reservatório fica a cerca de 30 a 40 km abaixo da superfície gelada. Esta camada tem cerca de 8 a 10 km de profundidade.
A existência de água líquida em um mundo tão distante do Sol só é possível graças a uma intensa força gravitacional, que neste caso, diz respeito a Saturno. O gigante gasoso provavelmente cria a energia necessária para manter a água no estado líquido no interior do planeta. [io9]
