A Via Láctea parece estar cheia de super-Terras – exoplanetas distantes que têm entre 2 a 10 massas terrestres.
Muitas delas, foram até detectadas dentro de zonas habitáveis. Mas um novo estudo mostra que isso não é importante. Todos elas são apenas mundos sem vida.
As super-terras podem ser planetas rochosos como a Terra, ou gasosos, como Úrano e Neptuno. Os astrónomos catalogaram cerca de 400 exoplanetas desse género, muitos dos quais foram identificados num estudo recente feito pelo Kepler [Kepler mudou a forma como vemos o universo].
Devido ao seu tamanho razoável, alguns astrobiólogos questionaram-se se as super-Terras seriam habitáveis. Mas uma nova análise feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Espaciais (IWF) e da Academia Austríaca de Ciências indica que provavelmente não o são.
Quando os planetas se formam a partir de hidrogénio, hélio e elementos mais pesados que orbitam no disco protoplanetário em torno de estrelas recém-nascidas, a poeira e o material rochoso agrega-se ao longo do tempo, eventualmente formando núcleos rochosos que se transformam em planetas.
A gravidade destes proto-planetas atrai o hidrogénio do disco em torno deles, e parte dele é retirada pela luz ultravioleta. Segundo Helmut Lammer, as super-Terras, ao contrário dos planetas do tamanho da Terra, retêm quase todo o seu hidrogénio.
Os planetas resultantes acabam como mini-Neptunos, com atmosferas muito mais espessas do que a da Terra. O mesmo vale para super-Terras em zonas habitáveis, como Kepler-62E e 62F. [7 Maiores descobertas de planetas feitas pelo Kepler]
“Os nossos resultados sugerem que mundos como estas duas super-Terras podem ter capturado o equivalente a entre 100 e 1.000 vezes o hidrogénio nos oceanos da Terra”, afirmou Lammer em comunicado.
“Com essas atmosferas densas, a pressão sobre as superfícies são enormes, o que torna quase impossível para a vida como a conhecemos poder existir”, acrescentou. [io9]