Quatro novos gases produzidos pelo Homem que estão a afetar a camada de ozono foram descobertos por pesquisadores.
De acordo com os pesquisadores da Universidade de East Anglia, 74 mil toneladas desses gases foram libertados para a atmosfera.
Os gases incluem três novos clorofluorcarbonetos (CFCs) e um hidroclorofluorcarboneto (HCFC). Para o estudo, foram analisadas amostras de ar obtidas da neve polar, que serve como um catálogo das condições atmosféricas.
Estas amostras foram comparadas com outras coletadas entre 1978 e 2012, na Tasmânia. “A nossa pesquisa mostrou quatro gases que não estavam na atmosfera na década de 1960, o que sugere que foram feitos pelo Homem”, disse Johannes Laube, da Escola de Ciências Ambientais da UEA.
Além da descoberta, os pesquisadores repararam também que a concentração desses gases está a aumentar. De acordo com os pesquisadores, as fontes dos gases podem incluir produtos químicos utilizados na produção de insecticidas.
Os clorofluorcarbonetos (CFCs) possuem átomos de carbono, cloro e flúor, enquanto os hidroclorofluorcarbonetos possuem átomos de hidrogénio adicionais. Os CFCs são gases não tóxicos e não inflamáveis, que surgiram na década de 1930 como compostos que poderiam fazer geladeiras mais seguras.
Em 1974, o professor F. Sherwood Rowland e Mario Molina da Universidade da Califórnia mostraram que os CFCs são uma grande fonte de cloro reativo inorgânico na estratosfera. O cloro reativo pode destruir a camada de ozono que protege a Terra.
A descoberta do buraco de ozono da Antártida em 1985 levou ao início da guerra contra os CFCs. Em 1987, cerca de 27 países assinaram o Protocolo de Montreal para a Redução de Substâncias que Destroem a Camada de Ozono.
Os HCFCs são um pouco menos ofensivos do que os CFCs, pois possuem um curto tempo de vida atmosférico e libertam menor quantidade de cloro reativo para a estratosfera. No atual estudo, os pesquisadores descobriram que a emissão dos CFCs e HCFCs recém-descobertos é maior do que outros gases das mesmas famílias.
No entanto, o aumento atingiu os níveis de 1980, quando a emissão desses gases era de cerca de milhões de toneladas por ano. “Os CFCs são a principal causa do buraco na camada de ozono sobre a Antártida. Leis para reduzir e eliminar progressivamente os CFCs entraram em vigor em 1989, seguidos por uma proibição total em 2010", afirmou Laube.
"Isso resultou na redução com sucesso da produção de muitos destes compostos numa escala global. Entretanto, lacunas da legislação ainda permitem algum uso para fins de isenção”, acrescentou Laube. O estudo foi publicado na revista Nature Geoscience. [NatureWorldNews]