Ontem (24 de março) marcou-se o 25º aniversário do derramamento de óleo do Exxon Valdez, que expeliu 40 milhões de litros de petróleo bruto em Prince William Sound, no Alasca.
O desastre foi o pior vazamento de petróleo na história dos EUA até que o vazamento da Deepwater Horizon superou em termos de volume em 2011. [Bactérias sugaram 200.000 toneladas de óleo após derrame da BP]
Hoje, ainda é possível cavar buracos em praias ao longo da Prince William Sound e encontrar bolsões de óleo que sobraram de 1989. [Conheça os 10 lugares mais poluídos do mundo]
Como o legado do Exxon Valdez vive e alguns de seus impactos ambientais ainda perduram, trazemos-lhe cinco fatos interessantes sobre o histórico derramamento de óleo.
1. O navio voltou ao trabalho
O Exxon Valdez, lançado pela primeira vez em 1986, era um petroleiro gigantesco que se estendia a 300 metros de comprimento. Quatro meses depois de ter encalhado em Bligh Reef, no Alasca, o navio foi devolvido a uma doca seca em San Diego, na Califórnia.
No entanto, o navio apenas iria para a sucata em 2012. Antes, sofreu diversas mudanças de nome e foi reformulado. As suas identidades pós-derramamento incluíram SeaRiver Mediterranean, o Dong Fang Ocean e o Oriental Nicety, de acordo com a revista Nature.
2. A vida selvagem sofreu
Fotos de aves marinhas e lontras oleadas tornaram-se clichés do derramamento, mas os animais foram realmente atingidos pela catástrofe do Exxon Valdez. Estima-se que 250 mil aves marinhas, 2.800 lontras marinhas e 300 focas tenham morrido, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
Dois grupos de orcas que nadavam através das partes afetadas do Prince William Sound sofreram perdas populacionais até 41% no ano após o desastre, de acordo com um estudo de 2008 publicado na revista Marine Ecology Progress Series.
As populações de lontras do mar finalmente se recuperaram para níveis pré-derramamento somente neste ano. A população de arenque - no passado a pesca lucrativa para a indústria da pesca na região - caiu e nunca se recuperou totalmente, afirma o Anchorage Daily News.
3. Medidas de limpeza foram escrutinadas
Algumas pequenas áreas do Prince William Sound intencionalmente não foram limpas por causa do vazamento de óleo oferecer às autoridades ambientais a oportunidade de estudar medidas de limpeza, comparando como as áreas não tratadas se saíam contra regiões limpos com mangueiras de lavagem água quente a alta pressão. [Video: Lamas da indústria de papel para limpar vazamentos de petróleo?]
Este tipo de lavagem agressiva funciona, mas pode matar plantas e animais a longo prazo e a curto prazo, confirmaram as autoridades após o vazamento do Exxon Valdez, segundo a NOAA. Os trabalhadores de limpeza muitas vezes combinavam esta técnica com outros métodos, como a contenção e coleta de óleo de modo a que ele não se dispersasse em outro lugar.
4. O petróleo ainda permanece
Mais de duas décadas após o derrame, bolsões de petróleo ainda são encontrados abaixo da superfície de praias, muitas vezes em lugares protegidos de ventos e ondas, o que ajudaria a quebrar e remover o restante.
Ao longo da costa sudoeste do estreito de Shelikof, perto do local do derramamento, os pesquisadores descobriram recentemente bolsões de óleo do acidente do Exxon Valdez. O óleo tinha sido protegido por pedras estáveis, disseram os cientistas disseram em uma apresentação na Reunião Anual Ciências Oceânicas da União Geofísica Americana.
5. O acidente condiziu ao Oil Pollution Act
Em resposta ao vazamento do Exxon Valdez, o Oil Pollution Act tornou-se lei em 1990. O movimento exigia às companhias de petróleo a elaboração de planos de contingência para evitar derrames futuros e contê-los caso ocorresse um vazamento.
A catástrofe também criou o Fundo Fiduciário de responsabilidade do derramamento de petróleo para ajudar a pagar a limpeza de futuros desastres, concedendo em até 1 bilhão de dólares por derramamento. [Livescience]