Elefantes asiáticos tranquilizam outros elefantes em dificuldades através do toque e de vocalizações, o que sugere que eles são capazes de ter empatia e confiança, sugere uma nova pesquisa.
"Há 50 anos de pesquisa observacional comportamental que prova que os elefantes são altamente sociais", disse Josh Plotnik, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
"Eles têm empatia e podem pensar sobre os seus relacionamentos sociais e tomar decisões sociais específicas que os impactam a eles e aos outros", acrescentou.
"Conseguimos, pela primeira vez, confirmar realmente isso através do nosso trabalho na Tailândia". O estudo foi realizado na Tailândia, e os investigadores observaram o comportamento de 26 elefantes em cativeiro no decurso de um ano.
Os pesquisadores descobriram que quando "um elefante mostrar angústia, os outros elefantes adotam um estado semelhante - e a isso chamamos 'contágio emocional' - que é algo comum numa reação de empatia", disse Plotnik.
Em seguida, os elefantes moviam-se em direção ao outro, tocavam nos rostos e órgãos genitais um do outro, e colocavam as suas trombas umas nas outras. "O toque que aconteceu no pós-angústia parece acontecer rapidamente após eventos de socorro, que nos confirma estarem provavelmente relacionadas com a angústia", disse Plotnik.
O comportamento dos elefantes no estudo é semelhante ao dos chimpanzés, que se tranquilizam uns aos outros colocando as mãos na boca um do outro. Ainda assim, e uma vez que o estudo só estudou elefantes em cativeiro, os resultados podem não ser representativos de todos os elefantes.
Ainda assim, ensinar as pessoas sobre a inteligência dos elefantes e sobre as suas qualidades sociais é importante para os esforços de conservação, acredita Plotnik, que também é o fundador e CEO da organização sem fins lucrativos Think Elephants International, que defende a conservação de elefantes.
Mas há também implicações práticas da nova pesquisa para as comunidades locais na Ásia que lidam com elefantes numa base diária, disse ele. "Há muita frustração, especialmente na Ásia, onde uma enorme diminuição no habitat colocou os animais em conflito com as pessoas".
"Por exemplo, os elefantes às vezes atacam as culturas locais. Portanto, é importante para a população local entender melhor os elefantes", concluiu Plotnik. [Livescience]