O Triângulo das Bermudas é uma grande área marítima entre a Flórida, Porto Rico e as Bermudas. Ao longo dos últimos séculos, pensa-se que dezenas de navios e aviões desapareceram em circunstâncias misteriosas na área, que ganhou o apelido de “Triângulo do Diabo”.
Algumas pessoas especulam até que a área tem atividade extraterrestre ou que alguma causa cientifica bizarra torna a região especialmente perigosa.
Mas a grande verdade é que simplesmente muitas pessoas não tiveram muita sorte ao cruzar a região, seja de navio ou de avião. E os inúmeros acidentes que ali ocorreram alimentaram uma lenda, que não é mais real do que o Pé Grande ou o Monstro do Lago Ness.
A má reputação do Triângulo das Bermudas começou com Cristóvão Colombo. De acordo com O seu registo, em 8 de outubro de 1492, Colombo olhou para a sua bússola e notou que ela não estava a indicar as posições corretas.
Ele não alertou a sua equipa inicialmente porque isso causaria pânico entre a tripulação. Esta e outras questões relatadas com bússolas na região deram origem ao mito de que todas elas não funcionam no Triângulo.
Em 1970, a Guarda Costeira dos EUA, na tentativa de explicar as razões para os desaparecimentos no Triângulo, declarou: "Primeiro, o Triângulo do Diabo é um dos dois lugares na Terra em que uma bússola magnética aponta para o norte verdadeiro".
"Normalmente os instrumentos apontam para o norte magnético. A diferença entre os dois é bem conhecida por navegadores experientes. A variação é de 20 graus. Se esta variação não for compreendida, o navegador pode mudar seu curso e entrar em apuros".
Muitas explicações têm citado propriedades magnéticas incomuns dentro dos limites do Triângulo. Embora os campos magnéticos do mundo estejam em fluxo constante, o Triângulo das Bermudas manteve-se relativamente inalterado.
É verdade que alguns valores magnéticos excepcionais foram relatados dentro do Triângulo, mas nenhum para tornar o triângulo mais incomum do que qualquer outro lugar na Terra. A moderna lenda do Triângulo das Bermudas começou somente após 1950, quando um artigo escrito por Edward Van Winkle Jones foi publicado pela Associated Press.
Jones relatou vários casos de desaparecimento de navios e aviões no Triângulo das Bermudas, incluindo cinco torpedeiros da Marinha dos EUA que desapareceram a 5 de dezembro de 1945, e os aviões comerciais Star Tiger e Star Ariel, que desapareceram no dia 30 janeiro de 1948 e 17 de janeiro de 1949, respectivamente.
Ao todo, cerca de 135 pessoas estavam desaparecidas, e todas elas desapareceram ao redor do Triângulo das Bermudas. Como Jones disse, "elas foram engolidas sem deixar vestígios".
A obsessão pelo Triângulo das Bermudas atingiu o seu pico no início de 1970 com a publicação de vários livros de bolso sobre o tema, incluindo o best-seller de Charles Berlitz, "O Triângulo das Bermudas".
No entanto, o crítico Larry Kusche, que publicou "O Mistério do Triângulo das Bermudas: Resolvido em 1975", argumentou que outros autores haviam exagerado os seus números e não tinham feito nenhuma investigação adequada.
Eles apresentaram alguns casos de desaparecimento como mistérios, quando eles não eram de fato misteriosos, e alguns casos nem sequer tinham acontecido dentro do Triângulo das Bermudas.
Depois de extensas pesquisas, Kusche concluiu que o número de desaparecimentos que ocorreram dentro do Triângulo das Bermudas não era realmente maior do que em qualquer outra área do oceano.
Ainda assim, muitos artigos de revistas, programas de TV e filmes continuaram a explorar o tema. A Guarda Costeira dos EUA afirma que a maioria dos desaparecimentos podem ser atribuídos a características únicas da região.
A Corrente do Golfo, uma corrente oceânica quente que flui a partir do Golfo do México em torno do Estreito da Flórida para o nordeste em direção à Europa, é extremamente rápida e turbulenta. Ela pode rapidamente apagar qualquer evidência de um desastre.
As tempestades do Caribe são imprevisíveis e dão origem à ondas de grande tamanho. Isso sem mencionar que a área é constantemente lar da formação de furacões e ciclones.
Com a interação de fortes correntes sobre os recifes, a topografia está em um constante estado de fluxo e gera desenvolvimento de novos perigos para a navegação. [Today I Found Out]