Ser saudável pode tornar uma pessoa feliz, mas a própria felicidade também pode levar a uma melhor saúde, sugere um novo estudo.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que gostam da vida tendem a manter uma melhor função física do que aquelas que não o fazem em atividades diárias à medida que envelhecem.
O estudo incluiu mais de 3.000 pessoas com 60 ou mais anos, residentes em Inglaterra, que foram seguidas durante oito anos.
Os participantes do estudo relataram o quanto gostavam da vida pontuando afirmações como "Eu gosto das coisas que faço", e "Gosto de estar na companhia de outras pessoas".
Usando entrevistas em pessoa, os pesquisadores examinaram se os participantes experimentaram prejuízos nas suas atividades diárias, como sair da cama, vestir-se ou tomar banho. Eles também mediram a velocidade da caminhada dos participantes com um teste de marcha.
Os resultados mostraram que as pessoas mais felizes mantinham uma melhor função física à medida que envelheciam, mesmo quando os pesquisadores tinham em conta fatores que podiam afetar os resultados, como a idade, o estilo de vida mais saudável e a situação económica.
As pessoas mais infelizes no estudo foram cerca de 80% mais propensas a desenvolver deficiências nas funções diárias, em comparação com os mais felizes, de acordo com o estudo publicado a 20 de janeiro no Canadian Medical Association Journal.
Na pesquisa, descobriu-se também que a velocidade de caminhada das pessoas mais felizes declina a uma taxa mais lenta do que naqueles que apreciam menos a vida, afirma Andrew Steptoe, diretor do Instituto de Epidemiologia e Saúde da Universidade College London.
"Isto não acontece porque as pessoas mais felizes estão em melhor saúde, ou menos, ou são mais ricas, ou têm estilos de vida mais saudáveis no início, uma vez que mesmo quando levamos em conta esses fatores, a relação persiste", disse Steptoe.
Os resultados também mostraram que os participantes do estudo com maior estatuto económico e educação, e aqueles que eram casados e trabalhavam, tinham níveis mais elevados de bem-estar. Como esperado, a falta de saúde foi associada a níveis mais baixos de felicidade.
De facto, pessoas com doenças crónicas, como doenças cardíacas, diabetes, artrite, AVCs e níveis mais baixos de depressão, demonstraram menores níveis de prazer com a vida. Os pesquisadores já haviam mostrado que as pessoas mais velhas, com maior aproveitamento da vida, são mais propensas a sobreviver durante os seguintes oito anos.
As novas descobertas mostram que "eles também mantêm uma melhor função física", disse Steptoe. Apesar dos resultados, o estudo não pode confirmar uma relação de causa e efeito entre felicidade e saúde.
Ainda assim, adiciona à evidência o facto do prazer com a vida ser relevante para o futuro das pessoas relativamente às deficiência de mobilidade das pessoas idosas. "Os esforços para melhorar o bem-estar em idades mais avançadas pode ter benefícios para a sociedade e para os sistemas de saúde", concluíram os pesquisadores. [Livescience]