Segundo o reconhecido físico Stephen Hawking, os buracos negros não existem, pelo menos, na forma como estão definidos.
Num novo estudo, Hawking diz que uma das características definidoras dos buracos negros - a incapacidade completa de mesmo a luz escapar - não pode ser verdadeira.
"A ausência de horizontes de eventos significa que não existem buracos negros - no sentido de que a luz não pode escapar para o infinito", escreve Hawking, no seu novo artigo.
Por outras palavras, a noção de que os buracos negros têm um horizonte de eventos, que impede qualquer coisa de escapar, está errada.
Em vez disso, os buracos negros têm “horizontes aparentes”, armadilhas onde a luz pode cair, mas que também podem variar em forma devido a flutuações quânticas, deixando a possibilidade da luz escapar.
Hawking publicou o artigo, intitulado "Information Preservation and Weather Forecasting for Black Holes" no arXiv, mas ainda não passou por revisão por pares.
Então, o que exatamente significa tudo isso para as teorias sobre como os buracos negros funcionam? A revista New Scientist dá uma visão fantástica de algumas das questões levantadas pelo artigo, e como respondê-las:
É mais um confronto entre a relatividade e a física quântica. De fato, esse confronto significa que uma das duas teorias está errada ou incompleta, ou parte delas. Os físicos vêm lutando há décadas para encontrar uma teoria que una as duas e não produza diversos paradoxos.
Agora, Hawking propõe que a mecânica quântica e a relatividade geral permanecem intactas, mas sim que os buracos negros simplesmente não têm um “horizonte de eventos”. A chave para a sua alegação reside nos efeitos quânticos ao redor do buraco negro que fazem com que o espaço-tempo flutue descontroladamente para poder existir uma fronteira nítida.
Segundo Hawking, essa noção elimina os paradoxos matemáticos que envolvem os buracos negros. Mas isso poderá significar que algo pode realmente escapar de um buraco negro? Potencialmente, sim, embora o objeto tenha que estar a viajar à velocidade da luz. [io9]