O transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC, é um transtorno mental caracterizado por pensamentos recorrentes e persistentes (obsessões) e comportamentos ritualísticos (compulsões).
Tais sintomas interferem com a vida e as relações diária de uma pessoa, de acordo com o "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
As pessoas com TOC muitas vezes percebem que o seu comportamento compulsivo é irracional, mas sentem-se impotentes para parar, já que isso só aumenta o seu nível de ansiedade.
A condição geralmente aparece pela primeira vez durante a infância ou adolescência e tende a ocorrer em homens e mulheres em números aproximadamente iguais.
Sintomas
O TOC tem muitas manifestações, mas geralmente, as obsessões de uma pessoa que tem TOC estão, de alguma forma, ligadas às compulsões. Uma criança que fica obcecada com germes ou contaminação, por exemplo, pode lavar as mãos compulsivamente.
Outras obsessões e compulsões mais comuns incluem a constante necessidade de "verificar" as coisas, como se a porta da frente está trancada ou o forno está desligado; uma obsessão com a contagem ou organizar as coisas numa ordem específica, ou a acumulação compulsiva.
Embora os sintomas do TOC apareçam de forma diferente em cada indivíduo, aqueles que têm o transtorno têm pelo menos uma coisa em comum: as suas tendências obsessivo-compulsivas afetam a vida quotidiana. Isto é o que separa o TOC da ansiedade e dos hábitos do dia-a-dia que são consideradas como "normais".
Uma pequena quantidade de pensamento obsessivo ou comportamento compulsivo não é necessariamente um sintoma de TOC, pois são uma resposta normal ao stress real que servem um propósito valioso.
A capacidade de prever possíveis perigos permitiu aos primeiros seres humanos tomar medidas de precaução e sobreviver a situações difíceis. Mas as pessoas com TOC podem preocupar-se compulsivamente e executar comportamentos "de precaução", mesmo depois de terem determinado que nenhum perigo real existe.
Causas
Os investigadores têm diversas teorias sobre as causas do TOC nos seres humanos, que vão desde traumas de infância à infecção bacteriana e à genética - já que a doença muitas vezes ocorre em famílias. Mas os cientistas concordam que o TOC coincide com anormalidades em certos processos cerebrais.
Quando expostos a situações de risco, ou frustrante, a maioria das pessoas com TOC experiencia hiperatividade nas partes do cérebro que regulam os estímulos externos, incluindo a amígdala - a parte do cérebro onde o perigo é avaliado e processado - e o córtex frontal orbital, que realiza o processamento cognitivo e as funções de tomada de decisão.
A serotonina é um neurotransmissor (um produto químico que retransmite mensagens dentro do cérebro) que podem desempenhar um papel no TOC. Pessoas com a doença que tomam medicação que modificam os níveis de serotonina têm menos sintomas de TOC.
Diagnóstico
Embora nem todos os comportamentos perfeccionistas são sintomáticas de TOC, o distúrbio pode tornar-se tão grave e demorado que se torna disfuncional, impedindo que uma pessoa execute actividades normais do dia-a-dia.
Apenas um médico um psicólogo qualificados podem fazer um diagnóstico preciso do TOC. A condição está muitas vezes presente com outros transtornos de saúde mental, como depressão, transtornos alimentares ou outros transtornos de ansiedade.
Tratamento
Existem vários métodos para o tratamento do TOC, sendo que a maioria envolvem algum tipo de medicação, psicoterapia ou uma combinação de ambos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem se mostrado eficaz no tratamento de TOC, ensinando a pessoa com o transtorno a tentar uma abordagem diferente às situações que desencadeiam o seu comportamento obsessivo-compulsivo.
Um tipo de TCC, conhecido como exposição e prevenção de resposta, pode ajudar as pessoas com TOC, ensinando-lhes formas saudáveis de responder quando expostas a um objeto temido (sujidade ou poeira, por exemplo).
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são os medicamentos mais comummente prescritos para o tratamento de TOC. A medicação anti-ansiedade também pode ser prescrita. Ambos os tipos de medicamentos podem levar várias semanas para começar a fazer efeito.
Além dos efeitos secundários, tais como dor de cabeça, náuseas e insónia, os antidepressivos têm mostrado causar pensamentos e comportamentos suicidas em algumas pessoas. As pessoas que tomam antidepressivos precisam de ser monitorizadas de perto, sobretudo quando se inicia o tratamento.