Cientistas do Argonne National Lab, nos EUA, usando alguns dos supercomputadores mais poderosos do planeta, construíram um modelo virtual do universo que rastreia 1,1 triliões de partículas enquanto se expandem e ligam.
A realização é quatro vezes maior do que as simulações anteriores. O projeto, chamado de Hardware/Hybrid Accelerated Cosmology Code (HACC), é a tentativa de usar supercomputadores para modelar a física da massa num universo em expansão.
Este tipo de trabalho pode eventualmente produzir importantes descobertas sobre a natureza da matéria escura, a substância enigmática que compõe cerca de 25% do cosmos. De igual forma, simulações poderosas como estas acabarão por lançar luz sobre se estamos ou não a viver numa simulação [Estamos a viver dentro de uma simulação?].
Para atingir o resultado pretendido, o projeto contou com a ajuda de alguns dos supercomputadores mais poderosos da Terra, como o Titan, o Sequoia e o Mira. A simulação utilizou mais de 25 petaflops de poder de processamento.
No mesmo sentido, a arquitetura da simulação também teve que ser extraordinariamente flexível para trabalhar em todas as máquinas, e o código foi até nomeado para um prémio de computação de alto desempenho.
Mesmo assim, os pesquisadores consideram que o que aconteceu até agora ainda é apenas um ensaio, destinado a testar as capacidades da arquitetura do projeto. Os recentes esforços dos cientistas produziu um micro-modelo do universo 7,4 mil milhões de anos após o Big Bang.
A simulação começa com um universo extremamente denso e uniforme, mas como o tempo começa a expandir-se num processo que leva uma série de milhares de passos. Assim, de uma estrutura inicial uniforme passa-se para uma complexa "teia cósmica", que forma um agrupamento complexo de massa.
Segundo os pesquisadores, é precisamente dentro desses aglomerados de matéria que as galáxias e as outras estruturas se formam. Ao contrário de outras simulações que constroem sistemas virtuais molécula por molécula ou átomo por átomo, os pontos de massa do HACC não são representações exatas dos objetos físicos.
Em vez disso, os desenvolvedores estão a tentar rastrear o local onde a massa está no universo, sendo que as partículas constituem marcadores que representam aglomerações de massa, tais como galáxias. [io9 / Mistériosdomundo]