Há milhares de milhões de anos, quando a vida microbiana estava a surgir na Terra, a assinatura do nosso planeta parecia um ponto roxo no espaço.
Tendo em conta essa perspectiva, os cientistas agora acreditam que devemos procurar por exoplanetas tingidos por uma cor semelhante para encontrar um possível sinal de vida extraterrestre.
Durante o período Arqueano, há cerca de três mil milhões de anos, uma das formas mais generalizadas de vida na Terra eram as bactérias roxas; microorganismos fotossintéticos que habitavam ambientes aquáticos e terrestres.
Estas condições teriam sido semelhantes a um ecossistema recentemente descoberto por cientistas australianos, que remonta há 3500 milhões de anos [Descoberto ecossistema com 3500 milhões de anos].
Uma equipa de astrobiólogos, curiosos para saber se essas assinaturas podem ser visíveis e detectáveis a partir do espaço, conduziu recentemente uma pesquisa para simular a radiação visível e infravermelha refletida pela Terra primordial.
A simulação teve em consideração vários cenários relativos a uma versão inicial da Terra, incluindo a eventual distribuição de bactérias roxas sobre os continentes e oceanos, além de considerar também a cobertura de nuvens. Os resultados mostraram que as bactérias púrpuras teriam um espectro reflexivo perceptível com uma forte refletividade.
Tal facto produz um sinal detectável no espectro visual do nosso planeta. Para diz Lisa Kaltenegger, do Instituto Max Planck de Astronomia em Heidelberg, na Alemanha, o próximo passo é a utilização de técnicas fotométricas multi-cor para procurar planetas semelhantes à Terra Arqueana.
De igual forma, a mesma técnica pode ser usada para localizar um planeta com condições semelhantes à atual Terra, que está coberta por desertos, vegetação e esteiras microbianas. Em termos realistas, esta pesquisa poderá começar em 2018 com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, da NASA. [io9]