Embora isso possa não ser novidade para aqueles de nós que não se cansam destes biscoitos, a ciência tem agora algo a dizer sobre o vício de Oreo.
Alunos da faculdade de Connecticut realizaram um estudo recentemente e descobriram a atração demonstrada por ratos relativamente aos biscoitos Oreo é tão forte quanto a atração que os mesmos demonstram pela cocaína.
Os pesquisadores colocaram os ratos no interior de um labirinto e treinaram-nos para associar um lado do labirinto, quer aos biscoitos quer à cocaína, e o outro lado a bolos de arroz. Os alunos logo descobriram que os ratos tinham "uma associação igualmente forte nos efeitos de prazer em comer Oreos, como tinham na cocaína, relativamente aos bolos de arroz.
Assim, ficou demonstrado que que os animais eram igualmente motivados por ambas as opções (e, tal como as pessoas, não muito empolgados com os bolos de arroz). Ainda não está claro se os aspectos correlacionados no estudo se aplicam aos seres humanos.
No mesmo sentido, ainda não se compreende totalmente se o gosto pelos biscoitos e cocaína está na mesma proporção do desprezo pelos bolos de arroz, mas o conceito de que indústria de alimentos processados fornece um lanche com a mesma qualidade viciante de droga pesada é ao mesmo tempo chocante e, para muitos, esperado.
Mas ainda há mais curiosas revelação sobre esta temática.... Um dos pesquisadores disse em entrevista ao website Grist.org, que os ratos também dividem a Oreo ao meio e comem o recheio primeiro. Portanto, há algo para a ciência mastigar durante algum tempo.
Apesar de interessante, no entanto, a pesquisa parece apresentar algumas falhas metodológicas que após o seu anúncio, serviram para a pôr em causa. De facto, a pesquisa foi feita em duas partes distintas.
Num momento, os ratos foram colocados no labirinto, sendo que num dos lados estavam as oreo e no outro lado estavam os bolos de arroz. Os ratos passaram mais tempo do lado onde estavam as oreo.
Numa segunda experiência, os pesquisadores colocaram num dos lados a cocaína e no outro uma solução salina, sendo que os ratos passaram o tempo equivalente que passaram no lado das oreo, mas desta vez no lado da cocaína.
Tal metodologia não permite inferir que os biscoitos possuem o mesmo poder viciante da cocaína, afirma Edythe London, pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Apesar disso, os pesquisadores conseguiram provar que em ambas as substâncias existe prazer associado, mas tal facto não constitui uma revelação científica, pois todos sabemos isso, acrescentou London.
Ainda assim, a questão de saber se os alimentos podem ser viciantes ainda está por resolver. O desejo de ingerir alimentos açucarados ou gorduras tem, em parte, algum paralelismo no cérebro com a necessidade de drogas, mas a ciência ainda tem que investigar esta perspetiva.