O Prémio Nobel da Paz será atribuído a uma organização "pelos seus extensos esforços para eliminar as armas químicas", afirmou hoje o Comité (11 de outubro).
Através de vários meios, incluindo inspeções e destruição, a Organization for the Prohibition of Chemical Weapons (OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas) tem procurado implementar a Convenção sobre proibição de produção e armazenamento de armas químicas.
Até ao momento, 189 países aderiram à Convenção. (A Convenção de Genebra de 1925 proibiu o uso de armas químicas, mas não a sua produção ou armazenamento). Estas convenções e o trabalho concluído pela OPCW tornaram o uso de armas químicas "tabu sob direito internacional", de acordo com um comunicado no site do Prémio Nobel.
"Muito já foi conseguido, e agora estamos numa situação em que se pode acabar com toda uma categoria de armas de destruição em massa, pela primeira vez, se mais estados aderirem à Convenção e que aqueles que já aderiram cumprirem as suas obrigações", disse Thorbjørn Jagland, presidente do Comité Nobel Norueguês, numa entrevista ao jornalista Geir Helljesen.
E a atribuição do prémio Nobel à OPCW também serve como uma mensagem global. "Queremos dar uma mensagem aqueles que estão fora da convenção para participarem da mesma e aqueles que estão no interior que não tenham cumprido as suas obrigações, para o fazerem rapidamente", disse Jagland,
"E também serve para dar uma mensagem ao mundo do quanto é importante ter tais convenções globais e instituições globais, porque vemos agora na Síria, que esta é realmente a base para as negociações que foram iniciados entre a Rússia e os Estados Unidos para resolver a crise na Síria", acrescentou.
Na verdade, a OPCW, que é financiada pelos seus Estados membros, está a supervisionar a destruição de armas químicas na Síria; reconhecendo a sua posse de tais armas, a Síria deverá tornar-se um Estado-membro na segunda-feira (14 de outubro), de acordo com o Associated Press.
