Investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descobriram, por acidente, um padrão de comportamento de elementos metálicos, que poderá contribuir para o desenvolvimento de estruturas autorreparáveis.
Michael Demkowicz e Guoqiang Xu concluíram que sob determinadas condições, a sujeição de um elemento de níquel fissurado a forças de tração resulta, ao contrário do que se esperava, na diminuição progressiva da largura da fissura até à fusão das suas extremidades.
Inicialmente, os investigadores pensaram que se tratava de um erro, uma vez que o comportamento observado contrariava, aparentemente, aquilo que a lógica e os princípios de mecânica estrutural previam.
A análise aprofundada, com auxilio de uma bateria de modelos digitais, permitiu compreender o fenómeno e concluir que o comportamento observado poderia ser reproduzido em elementos sujeitos a qualquer tipo de esforço, não só de tração.
Além disso, o mesmo comportamento foi verificado em diferentes tipos de ligas metálicas, como o aço. Segundo a equipa de investigadores, o fenómeno deve-se à migração dos limites dos elementos cristalinos da microestrutura da maioria dos metais quando sujeitos a esforços.
De facto, é esta migração que resulta num fenómeno denominado “disclinação”, que consiste na formação de campos de esforços, em redor das fissuras, de tal forma intensos que quando as duas extremidades da barra são puxadas, em vez de a fissura evoluir, tende a fechar.
Esta descoberta poderá conduzir ao desenvolvimento de ligas metálicas que induzam este tipo de comportamento de autorreparação, o que, no futuro, poderá significar uma verdadeira revolução na construção metálica.