O gigante gasoso é Kepler-7b é três vezes maior que Júpiter e tem uma temperatura escaldante, sendo que um esforço conjunto entre os telescópios espaciais Kepler e Spitzer permitiu o mapeamento das suas nuvens.
Assim, uma equipa de astrónomos conseguiu mapear, pela primeira vez, as nuvens de um planeta fora do Sistema Solar. Os dados foram obtidos ao longo de mais de três anos, em diferentes fases do planeta (como as da Lua), utilizando os telescópios espaciais Kepler e Spitzer, da Nasa.
Com uma temperatura superior a 1.000°C, esse gigante gasoso tem três vezes o diâmetro de Júpiter e um céu com nuvens mais densas do lado oeste. O Kepler-7b também reflete cerca de 50% da luz visível que incide sobre ele, e a sua órbita em torno da estrela principal dura apenas cinco dias.
Além disso, se o planeta pudesse ser colocado em uma banheira cheia de água, acabaria a flutuar devido à sua fraca densidade. Descoberto em 2010, esse corpo celeste foi um dos primeiros exoplanetas detectados pelo telescópio Kepler, que ao todo já identificou mais de 150.
Atualmente, o telescópio está com problemas em duas das quatro rodas que lhe dão estabilidade e precisão, sendo que de momento os astrónomos têm simplesmente analisado os inumeros dados já coletados pelo telescópio.
De acordo com a equipa de cientistas, o estudo da atmosfera de planetas fora do Sistema Solar é um caminho possível para identificar a possibilidade de existência de vida noutras partes do Universo, principalmente em corpos mais parecidos com a Terra, em tamanho e composição.
O mapa do planeta Kepler-7b foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters e contou com a participação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), do Instituto de Tecnologia de Pasadena, na Califórnia, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, e das universidades da Califórnia, Yale e Northwestern, nos EUA, de Berna, na Suíça, e de Liège, na Bélgica.