De acordo com um estudo publicado pelo British Journal of Sports Medicine, a prática de exercício físico regular permite melhorar os resultados escolares dos adolescentes, especialmente das raparigas nas disciplinas científicas.
Na Escócia, investigadores da Universidade de Dundee acompanharam 5.000 jovens britânicos desde o nascimento, no início dos anos 1990, comparando os seus resultados físicos e escolares respetivamente aos 11, 13 e 16 anos.
Aos 11 anos, numa idade em que é recomendada a prática de 60 minutos de atividade física por dia, os rapazes praticavam somente 29 minutos de exercícios moderados ou vigorosos por dia contra os 18 minutos das raparigas.
Os investigadores conseguiram identificar uma correlação entre o sucesso e a quantidade de exercício físico, através da comparação dos resultados escolares das crianças nas disciplinas de inglês, matemática e ciências, sendo que as raparigas registaram melhores resultados nas matérias científicas.
Aos 16 anos, os efeitos são ainda mais visíveis nos casos em que a prática da atividade física começou cedo, com a melhoria dos resultados escolares por cada período adicional de 17 minutos de exercícios diários praticados aos 11 anos.
Os autores do estudo, coordenado por Josephine Booth, afirmam que este facto "é uma descoberta importante, nomeadamente à luz das políticas britânica e europeia que visa aumentar o número de mulheres a trabalhar nos setores científicos".
De igual forma, especificam que procederam a ajustamentos dos resultados tendo em conta outros fatores suscetíveis de afetar os resultados escolares, como os casos de mães fumadoras durante a gravidez, pouco peso à nascença, o facto de terem ou não atingido a puberdade e diversos fatores económicos e sociais também importantes.
Em conclusão, os autores do estudo consideram que apesar de necessitarem ainda de ser afinados, os resultados obtidos no estudo mostram que dispender mais tempo em educação física beneficia a saúde e não interfere, podendo até melhora, os resultados escolares.