Buracos negros podem ser ‘cabeludos’

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Buracos negros podem ser ‘cabeludos’


Buracos negros podem não ser ‘carecas’. Em contradição aos modelos tradicionais desses monstros cósmicos gravitacionais, uma nova pesquisa sugere que os buracos negros podem ser bastante “cabeludos”, com características mais emaranhadas do que se acreditava anteriormente.

A atração gravitacional dos buracos negros é tão forte que nem a luz consegue escapar de sua força, fazendo com que esses objetos sejam invisíveis para observadores externos e quase indistinguíveis uns dos outros.

“O quadro aceite até agora é que os buracos negros são objetos muito simples que podem ser totalmente caracterizados por apenas 3 quantidades: a sua massa, o seu momentum angular (o quão rápido eles giram) e a sua carga elétrica”, disse Thomas Sotiriou, físico da Escola Internacional de Estudos Avançados de Trieste, Itália.

A carga elétrica, no entanto, é geralmente desprezível, e os pesquisadores tipicamente a ignoram quando descrevem um buraco negro. O astrónomo John Wheeler, que cunhou o termo “buraco negro” há quase 50 anos, disse a famosa frase: “os buracos negros não têm cabelos”, por causa da sua simplicidade. 

Agora, o “cabelo” é usado como um termo coloquial entre os físicos para qualquer outra medida necessária para descrever um buraco negro além das três tradicionais. Para o seu estudo, Sotiriou e seus colegas analisaram os buracos negros no contexto das equações da teorias escalares-tensoriais da gravidade.

“Elas são teorias diferentes da teoria de Einstein – a relatividade geral”, disse Sotiriou. “Elas também descrevem o campo gravitacional em termos de curvatura do espaço-tempo e prevêem a existência de buracos negros. 

No entanto, elas incluem também um tipo diferente de campo (um campo escalar), que participa da mediação da interação gravitacional”. Os pesquisadores descobriram que os buracos negros desenvolvem “cabelo” escalar quando a matéria comum o rodeia. “Isso não acontece na teoria padrão”, disse Sotiriou.

A partir do estudo, não fica claro se essas vertentes do “cabelo” escalar fazem dos buracos negros objetos muito diferentes do imaginado hoje, e não está claro como o efeito pode ser observável com a tecnologia atual, explicou Sotiriou.

A existência do “cabelo” não só ajuda os pesquisadores a compreender a estrutura dos buracos negros em si, mas também poderia representar uma mudança de paradigma, uma vez que a teoria de Einstein não inclui um campo escalar. [Space]
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