A forma do universo pode ser muito diferente do que antes se pensava, afirma um grupo de pesquisadores.
Pesquisadores investigaram uma grande anomalia nos remanescentes do Big Bang que sugere que o tecido do espaço e do tempo podem realmente ser curvados, como uma sela.
Num universo em forma de sela qualquer objeto que parece estar a viajar paralelamente a outro item realmente irá desviar-se depois de grandes distâncias.
No entanto, pode haver outras explicações para esta anomalia, advertem os cientistas. O nosso universo pode ter colidido com um outro universo logo após o Big Bang, ou a anomalia pode ser apenas um acaso estatístico.
Os pesquisadores começaram a notar a anomalia em questão há quase uma década, quando analisaram a radiação cósmica de fundo, o calor libertado na sequência do Big Bang. Os cientistas podem estudar as flutuações nos pontos quentes e frios da radiação cósmica de fundo para saber mais sobre a estrutura e a evolução do universo.
Dados do Wilkinson Microwave Anisotropy Probe da NASA (WMAP), lançada em 2001, inesperadamente sugeriram que o universo pode ser desequilibrado - pontos quentes e frios de um lado do cosmos parecem mais quentes e mais frios do que no outro.
A evidência para esta anomalia tem aumentado ao longo do tempo, e os dados do satélite Planck, lançado pela Agência Espacial Europeia em 2009, confirma a existência da mesma anomalia. Este desequilíbrio contradiz a visão predominante na cosmologia de que momentos após o Big Bang, o universo cresceu exponencialmente de tamanho.
Este surto de crescimento, chamado inflação, teria igualado o cosmos e parecia semelhante em todas as direções. Agora os cosmólogos sugerem que essas anomalias ocorrem porque o universo, aparentemente, não é plano, de acordo com os novos dados.
Em vez disso, esses pesquisadores propõem que o universo possa ser muito ligeiramente curvado, de tal forma que as linhas paralelas, que nunca convergem ou divergem quando se viaja numa superfície plana, eventualmente divergir um do outro, como numa sela.
Este conceito enfrenta a concorrência de uma série de outras explicações que os cientistas cogitaram para explicar essa anomalia. Por exemplo, um outro universo pode ter colidido com o nosso, sugerem Kleban e seus colegas.
No entanto, todas estas explicações para essa aparente anomalia na radiação cósmica de fundo exigem uma reescrita das leis da física que pode vir a ser discutível. Em 2014, os cientistas poderão revelar se a anomalia é de fato um golpe de sorte, quando ele libertar mais dados sobre a radiação cósmica de fundo.
A ideia de um universo em forma de sela pode ser suportada se a distribuição de temperaturas no céu não seguir uma curva de Gauss. As novas descobertas, feitas por Liddle e Marina Cortês, serão detalharam na edição de 13 de setembro da revista Physical Review Letters.