A mera circunstância de ser pobre pode reduzir as capacidades cognitivas de uma pessoa devido a consumir recursos mentais preciosos, constatou um estudo.
Os pesquisadores deram testes de inteligência a dois grupos muito diferentes em termos demográficos, tendo comparado consumidores em lojas de Nova Jersey com agricultores na Índia rural.
Os resultados mostraram que o desempenho mental diminuiu acentuadamente quando as pressões financeiras foram pesando sobre eles, sugerindo que os problemas de dinheiro deixam os pobres com menos capacidade intelectual para outras tarefas.
"Nós não estamos dizendo que os pobres são mais burros", disse o pesquisador Sendhil Mullainathan, economista da Universidade de Harvard. Mullainathan comparou o fazer tarefas mentais enquanto pobre como o navegar na Web, enquanto um filme está baixando em segundo plano. "Vai ser muito mais lento", disse ele.
Alguns estudos têm mostrado que as pessoas pobres são trabalhadores menos produtivos, pais menos atentos e piores gestores de dinheiro. A noção de que ser pobre é mentalmente desgastante tem implicações na forma como a sociedade trata a pobreza.
Por exemplo, um programa de cuidados infantis para famílias de baixa renda poderia não só libertar tempo para que os pais buscam outras responsabilidades, mas realmente poderia fornecer um benefício cognitivo a essas pessoas.
Os efeitos mentais da pobreza se aplicam a escassez de forma mais ampla, seja dinheiro, tempo ou alimentos, afirmou Mullainathan. "Quando você enfrenta a escassez, a sua mente se concentra em mais que uma coisa".
