De acordo com uma investigação divulgada na revista Neurology, a enxaqueca pode causar alterações permanentes na estrutura cerebral, embora se desconheça de que modo isso pode afectar os pacientes a longo prazo.
Publicado na quarta-feira na revista da Academia Norte-americana de Neurologia, o estudo tem por base seis estudos populacionais e 13 estudos clínicos.
No estudo, os pesquisadores descobriram que as pessoas com enxaqueca têm maior risco de lesões cerebrais, de anomalias na substância branca e de uma alteração do volume cerebral, comparativamente às pessoas que não sofrem de enxaqueca.
“Tradicionalmente, a enxaqueca tem sido considerada uma doença benigna, sem consequências a longo prazo para o cérebro. O nosso estudo sugere que a doença pode alterar permanentemente a estrutura do cérebro de várias maneiras”, afirma o autor da análise Messoud Ashina, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.
De facto, pessoas que sofrem de enxaqueca com aura – com sensibilidade à luz, tontura ou zumbido nos ouvidos – têm um risco 68% maior de lesões na substância branca do cérebro do que as pessoas que não sofrem de enxaquecas.
Nos que sofrem de enxaqueca sem aura, o risco é 34% maior do que nas pessoas sem enxaquecas. Calcula-se que 10% da população mundial sofra de enxaquecas, sendo estas mais comuns nas mulheres do que nos homens.