Crianças com síndrome de Asperger mostram padrões de conectividade do cérebro distintas daquelas apresentadas pelas crianças com autismo, de acordo com um novo estudo.
Os resultados sugerem que as duas condições, que estão agora incluídas numa só categoria no novo manual de diagnóstico da psiquiatria, podem ser biologicamente diferentes.
Os pesquisadores usaram eletroencefalografia (EEG) para medir a quantidade de sinalização que ocorre entre as áreas do cérebro em crianças. Eles já tinha usado essa medida de conectividade do cérebro para desenvolver um teste que pode distinguir crianças com autismo das crianças com desenvolvimento normal.
O estudo, elaborado por Frank Duffy, neurologista do Hospital Infantil de Boston, incluiu mais de 400 crianças com autismo, e cerca de 550 crianças com desenvolvimento normal, que serviram como controle.
Inicialmente, Duffy verificou que as crianças com Asperger e aquelas com autismo eram semelhantes: ambos mostraram ligações mais fracas, em comparação com crianças normais, numa região de hemisfério esquerdo do cérebro chamada fascículo arqueado, que está envolvida na linguagem.
No entanto, quando estudou de forma aprofundada a conectividade entre outras partes do cérebro, Duffy e os seus colegas viram diferenças. As conexões entre várias regiões do hemisfério esquerdo eram mais fortes em crianças com síndrome de Asperger do que em crianças com autismo e crianças com desenvolvimento normal.
Os resultados sugerem que as condições são relacionados, mas há diferenças fisiológicas em conectividade do cérebro que distinguem as crianças com Asperger de pessoas com autismo, de acordo com o estudo publicado a 31 de julho na revista BMC Medicine.
Pessoas com Síndrome de Asperger têm dificuldades de interação social, e podem exibir comportamentos incomuns, tais como repetir a mesma ação ou estarem excessivamente ligados à realização de determinadas rotinas.
Estes sintomas coincidem com aqueles comuns no transtorno autista, no entanto, as crianças com síndrome de Asperger tendem a mostrar linguagem e desenvolvimento cognitivo que está mais próximo ao das crianças normais, em comparação com crianças com autismo.
Recentemente, a Associação Psiquiátrica Americana decidiu eliminar a sindrome de Asperger da mais recente revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5) e, em vez colocá-la ao lado do autismo sob um termo generalista, nomeadamente transtornos do espectro do autismo (TEA).
A decisão da APA levantou vozes de preocupação em vários lugares. Os pais temem que os seus filhos com síndrome de Asperger não possam receber o treino especial de que necessitam, e especialistas dizem que era prematuro combinar as duas condições num grupo, quando não pode excluir-se que existem diferenças biológicas.
Duffy diz que as novas descobertas se encaixam com a noção de que o autismo e a síndrome de Asperger são semelhantes em alguns aspectos, por exemplo, ambos têm dificuldade em se relacionar com outras pessoas.
No entanto, a conectividade mais forte entre as áreas cerebrais do hemisfério esquerdo em crianças com síndrome de Asperger pode ser o que torna as pessoas com Asperger mais especiais em termos de personalidade e habilidades, afirma Duffy.
"É essencial para separar esses dois grupos, porque eles precisam de educação e formação e oportunidade diferente", concluiu.
Saiba mais: Síndrome de Asperger no novo DSM-V
O articulista e as pessoas precisam entender que o Brasil não segue o DSM-V, mas sim, o CID-10 - o qual INCLUI A SÍNDROME DE ASPERGER, especificamente, no F-84.5
ResponderExcluirPortanto, nada temos a ver com a junção da condição de Asperger no espectro do autismo como se os Aspergers não mais existissem. Ainda está valendo. (2013)
Respeitar as pessoas , suas especificidades e fazer valer seus direitos de cidadãos.
ResponderExcluirPesquisa de cunho cartesiano não levou em conta a neuroplasticidade cerebral.
ResponderExcluirTodos os seres humanos - autistas e asperger - so conseguem evoluir a partir das diversas formas de intervenções dos adultos .
Pesquisa de cunho cartesiano não levou em conta a neuroplasticidade cerebral.
ResponderExcluirTodos os seres humanos - autistas e asperger - so conseguem evoluir a partir das diversas formas de intervenções dos adultos .