Desde os enjoos matinais até aos desejos estranhos, as crenças culturais sobre a gravidez influência as expectativas das mulheres sobre o que deve acontecer enquanto estão grávidas, sugere um novo estudo.
Mas, independentemente dos mitos de gravidez em que as gestantes acreditam, a experiência real da gravidez muitas vezes afasta-se das expectativas, acrescenta o estudo.
Experiências de marco na gravidez, como as náuseas, ânsias e o sentir o bebé a chutar são amplamente falados, enquanto outras, como o cansaço, inchaço dos tornozelos ou hemorróidas muitas vezes não são mencionadas.
"Em muitos casos, as mulheres trazem todas essas expectativas de uma vida inteira de exposição a histórias e outros conselhos e contos familiares", disse o líder do estudo Danielle Bessett da Universidade de Cincinnati, EUA. Mas, muitas vezes, havia lacunas entre o que era esperado e o que as mulheres realmente experienciam.
No estudo, Bessett entrevistou 64 mulheres grávidas na maior área da cidade de Nova York entre 2003 e 2006 sobre as suas expectativas de gravidez. As mulheres, que vinham de uma mistura de origens étnicas e sócio-económicas, participaram em pelo menos duas entrevistas, uma antes do parto e uma depois.
Quando perguntado sobre quais as fontes de informação que mais confiáveis, a maioria das mulheres citaram os prestadores de cuidados de saúde. Mas quando Bessett pressionou-as sobre o porquê de terem certas expectativas, as mulheres muitas vezes disseram que não tinham certeza, mas achava que tinham desenvolvido as suas expectativas com base nos mídia ou em histórias familiares.
Algumas mulheres preocupavam-se se não experimentassem alguns sintomas comuns da gravidez, porque achavam que algo podia estar errado com o seu bebê. Outras atribuíram os seus sintomas com as necessidades ou desejos do feto. Uma mãe disse ela desejava frango frito porque o seu bebê gostou. Outra mulher disse que os seus vómitos foram causados por desgosto do bebé do que ela comeu.
A influência destas crenças populares é surpreendente, afirma Bessett. "As mulheres tendem a ter uma visão muito romântica da gravidez", afirmou o investigador em entrevista ao LiveScience. Nas entrevistas, muitas mulheres falaram sobre os sintomas do "lado negro" da gravidez - Hemorróidas, gengivite, espasmos musculares, etc. - que muitas não sabiam serem sintomas normais.
Os meios de comunicação e os parentes podem não mencionar esses sintomas, porque eles são temas menos educadas, afirma Bessett. A difusão de pontos de vista da cultura pop da gravidez também podem ter implicações na forma como a sociedade vê as mulheres grávidas, Bessett disse.
Criticar as mulheres grávidas por reclamarem pode advir de uma falta de compreensão do que ter um filho implica. Além da gravidez, as pessoas podem desenvolver expectativas sobre outras doenças e condições com base nos media também.
