De acordo com uma investigação da AMI existe uma ligação entre carências socioeconómicas, associadas à alimentação, dinheiro, habitação, saúde e educação, e os sentimentos de medo, para não falar do desemprego, da incerteza no futuro e da precaridade laboral.
“As carências associadas à alimentação, dinheiro, habitação, saúde e educação, acrescidas do desemprego, incerteza no futuro e precariedade laboral conduzem as pessoas para vivências onde o medo, a tristeza, a pena de si próprios são elementos quotidianos”, revela o estudo da AMI.
A nova investigação teve como objectivo “percepcionar a imagem da pobreza vivenciada pelas pessoas apoiadas nos serviços de acção social da Fundação”.
O novo estudo, denominado "Vivência da Pobreza", foi realizado entre Janeiro e Abril do ano passado, tendo por base uma amostra de 50 entrevistas aprofundadas a beneficiários da acção social da AMI nos centros Porta Amiga de Almada, Angra do Heroísmo, Cascais, Coimbra, Funchal, Vila Nova de Gaia, Olaias e Porto, em Portugal.
A AMI adianta que a alimentação surge no topo das carências, sendo partilhada por todos os grupos socioeconómicos em análise, seguida por privações relacionadas com a falta de dinheiro, habitação, saúde e educação.
Em matéria de falta de oportunidades, “o desemprego surge no centro das preocupações, seguido da incerteza no futuro e da precariedade laboral”. “O medo, a tristeza, a pena, a impotência, a acomodação, a culpa são os sentimentos dominantes. Seguidos pela revolta, vergonha, desilusão e humilhação”, adianta o estudo.