Astrónomos descobriram uma galáxia distante a alimentar-se de gás nas suas redondezas, provando a teoria de que galáxias atraem e devoram material muito próximo delas para crescer e formar estrelas, informou o Observatório Europeu do Sul (OES).
Efetuadas com o telescópio VLT do OES, as observações "mostram o gás a cair em direção à galáxia, o que cria um fluxo que alimenta a formação estelar, ao mesmo tempo que impulsiona a rotação da galáxia", refere em comunicado o Observatório.
O OES acrescenta que, "esta é a melhor evidência observacional direta, até agora, que apoia a teoria de que as galáxias atraem e devoram material próximo, de modo a crescerem e formarem estrelas". Os resultados da descoberta foram publicados na edição de sexta-feira da revista Science.
O telescópio VLT foi usado para estudar "um alinhamento muito raro" entre uma galáxia longínqua e um quasar ainda mais distante. O quasar define-se como "o centro extremamente brilhante de uma galáxia alimentado por um buraco negro de elevada massa".
A radiação emitida pelo quasar passa através da matéria que circunda a galáxia, antes de chegar à Terra, o que, de acordo com o OES, "permite explorar em detalhe as propriedades deste material". "Sem a luz do quasar a atuar como uma lupa, não teria sido possível detetar este gás circundante", assinala o Observatório.
As galáxias, enquanto formam novas estrelas, esgotam rapidamente o seu reservatório de gás, por isso, afirma o OES, "têm que, de alguma maneira, se reabastecer de forma contínua com gás novo para poderem continuar a produzir estrelas".
Os astrónomos suspeitavam que "a resposta a este problema" estivesse na quantidade de gás frio que "se situa nos arredores das galáxias, devido à sua atração gravitacional". Neste cenário, adianta o Observatório, a galáxia "atrai o gás, o qual circula à sua volta, rodando com a galáxia antes de cair para o seu interior".