Exercitar o cérebro em idade avançada pode manter memória afiada

0
Exercitar o cérebro em idade avançada pode manter memória afiada


Manter o cérebro ocupado desde a infância até à velhice pode ajudar a manter a demência e perda de memória longe, mesmo para pessoas que já têm os primeiros sinais de demência, diz um novo estudo.

Os exercícios mentais durante o inicio da vida e a idade adulta tardia contribuiem de forma independente para um declínio mental mais lento na terceira idade, de acordo com o estudo.

Cerca de um terço da diminuição cognitiva em adultos idosos pode ser explicada por alterações físicas no cérebro, tais como danos por acidente vascular cerebral, ou placas de proteínas beta-amilóides associados à doença de Alzheimer, mostrou o estudo. 

Mas a quantidade de atividade cognitiva durante toda a vida de uma pessoa pode explicar mais 10% do seu declínio cognitivo, disseram os pesquisadores. 

No estudo, Robert S. Wilson, um neuropsicólogo na Rush University, em Chicago, e colegas analisaram amostras de tecidos do cérebro e resultados de testes cognitivos de 294 pessoas que participaram de um estudo de longo prazo sobre envelhecimento e memória, e faleceram durante o estudo.

Os participantes foram acompanhados por uma média de 5,8 anos, submetidos à atividade cognitiva e testes de memória. Eles também responderam a pesquisas sobre atividades cognitivas no início da vida adulta, tais como a frequência com que liam e se escreviam, jogavam jogos como o xadrez, e visitavam teatros e museus.

Aqueles que faziam mais atividades cognitivas tinham muito melhor saúde do cérebro em comparação com aqueles que faziam menos atividades. Os pesquisadores agruparam os pacientes de acordo com a quantidade de atividades que estimulam o cérebro que fizeram perto do fim de suas vidas. 

Em comparação com as pessoas que realizaram o valor médio de atividade, aqueles que fizeram o mínimo (menos de 10%) tiveram queda cognitiva de 50%, e aqueles que fizeram a maior parte (mais de 10%) tiveram 33% menos declínio cognitivo.

Isto significa que a vida de uma pessoa parece ser quase tão importante no declínio cognitivo como anormalidades físicas no cérebro, disse Wilson. Os pesquisadores já haviam demonstrado que as atividades cognitivas em adultos mais velhos podem ajudar a evitar o declínio cognitivo. 

Mas há controvérsias no campo da neurociência e do envelhecimento sobre se o estar mentalmente ocupado realmente pode atrasar a formação de placas de proteína no cérebro, ou se tais anormalidades cerebrais são a causa de um declínio na atividade mental.

Mais estudos são necessários para entender como as atividades cognitivas estão ligadas a mudanças físicas nos neurónios do cérebro. Ainda assim, os novos resultados são um complemento importante para os pesquisadores compreenderem o envelhecimento e plasticidade cerebrais. O estudo foi publicado online a 3 de julho na revista Neurology.


Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)