Uma estranha criatura com uma delicada concha translúcida e tentáculos longos e delgados foi reconhecida como uma nova espécie, dizem os pesquisadores.
O animal incomum, de nome Waldo arthuri, é um tipo de pequeno molusco que se esconde entre os espinhos de ouriços-do-mar.
Ele foi descoberto independentemente pelos zoólogos de invertebrados marinhos Paul Valentich-Scott, do Museu de Santa Barbara de História Natural na Califórnia e por Diarmaid Ó Foighil da Universidade de Michigan.
"É alienigena na aparência", disse Valentich-Scott ao LiveScience. "Tem estranhos tentáculos longos, e apesar de ser um molusco, rasteja como um caracol. Ele tem uma concha minimalista".
Numa conferência em 1989, Valentich-Scott e Ó Foighil estavam a conversar sobre as novas descobertas quando perceberam que cada um tinha descoberto o que eles então suspeitavam ser uma nova espécie de molusco, ao mesmo tempo, mas a mais de 1600 km de distância. Nenhum cientista conseguiu identificar a criatura.
Desde então, os cientistas trabalharam para confirmar o tipo de animal que era, como ele pode estar relacionado com os outros, e se era realmente uma nova espécie. "Nós nunca previmos que este seria um projeto tão longo", disse Valentich-Scott.
O molusco tem apenas cerca de 5 milímetros de comprimento. A fragilidade e pequena dimensão deste molusco tornou difícil a sua análise correta. Eventualmente, Ó Foighil foi capaz de coletar e observar espécimes com vida das novas espécies.
O molusco vive entre os espinhos do ouriço-do-coração (Brisaster latifrons). Em última análise, os cientistas descobriram que esta criatura está relacionado com espécies dentro de um género conhecido como Waldo, cujos membros também costumam viver em ouriços.
A análise do ADN do molusco revelou que é geneticamente distinto de outras espécies. "Ficamos surpresos ao descobrir que o seu parente mais próximo era do Oceano Atlântico Sul, ao largo da Argentina", disse o pesquisador Jingchun Li, especialista em ADN molusco da Universidade do Michigan.
Na nova espécie os pais abrigam a descendência nas suas brânquias até ao nascimento. Ao contrário da maioria dos seus parentes, os filhos não vivem uma vida de natação livre depois de nascerem - eles aparentemente vão diretamente rastejar para os ouriços.
A relação simbiótica entre o molusco estranho e o seu hospedeiro continua a ser um enigma. Os cientistas detalharam as suas descobertas a 12 de julho na revista ZooKeys.