De acordo com um novo estudo britânico, o uso de avatares pode ajudar no tratamento da esquizofrenia, desde que seja o paciente a escolher o rosto da voz que constantemente ouve na sua cabeça.
O novo estudo, publicado na revista British Journal of Psychiatry, teve por base um grupo de pacientes esquizofrénicos que não revelavam melhorias com o uso de medicação, tendo sido utilizados avatares para que os doentes pudessem "dar vida" às vozes que ouvem nas suas cabeças, relata a BBC.
Depois de terem combinado o rosto do avatar com a voz que ouviam nas mentes, a grande maioria dos pacientes disse que as vozes que pairavam na mente já não eram tão frequentes, e alguns chegaram mesmo a afirmar que tinham desaparecido.
O estudo, inicialmente comparou 14 pacientes que se submeteram ao uso de avatares, com outros 12 que apenas passaram pelo procedimento normal de tratamento, através de medicação anti-psicótica padrão. Posteriormente, os pacientes do último grupo também tiveram que escolher avatares para as vozes que ouviam.
De acordo com a BBC, a terapia com avatares passava, em parte, por incentivar os pacientes a falarem com as vozes para, com o objetivo de, eventualmente, as poderem confrontar. “Gradualmente o avatar muda de atitude dizendo, 'tudo bem, vou-te deixar em paz. Eu sei que tornei a tua vida muito infeliz, como posso te ajudar?' E então começa a incentivá-los a fazer coisas que podem melhorar as suas vidas”, disse Julian Jeff, coordenador do estudo.
Dos 26 pacientes do estudo, apenas 16 conseguiram completar o processo de tratamento, o que para Jeff justifica-se pelo medo e ameaça que as vozes por vezes podem provocar ao doente esquizofrénico.