Pressão alta associada ao declínio cognitivo

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http://www.ciencia-online.net/2013/06/pressao-alta-associada-ao-declinio.html


A pressão arterial elevada, particularmente nas artérias que fornecem sangue à cabeça e pescoço, pode estar relacionada com o declínio da capacidade cognitiva, de acordo com um novo estudo na Austrália.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas com pressão arterial elevada nas artérias centrais - incluindo a aorta, a maior artéria do corpo humano, e as artérias carótidas no pescoço - têm um desempenho pior em testes de processamento visual e um pensamento mais lento, bem como habilidades de reconhecimento mais pobres.

Normalmente, medidas da pressão arterial são tomadas a partir da artéria braquial no braço, mas estudar a saúde das artérias centrais pode ser uma maneira mais sensível para avaliar as capacidades cognitivas, disse o pesquisador Matthew Pase, do Center for Human Psychopharmacology na Universidade de Swinburne, em Melbourne. 

As artérias centrais controlam diretamente o fluxo de sangue para o cérebro. "Se podemos estimar a pressão sanguínea nas artérias centrais, podemos ser capazes de prever melhor a função cognitiva e o declínio cognitivo", disse Pase. Os resultados do estudo foram apresentados a 24 de maio, no encontro anual da Association for Psychological Science, nos EUA.

Em termos técnicos, um coração a bater bombeia o sangue em jorros, mas as artérias centrais são flexíveis, expandindo e contraindo para manter constante o fluxo de sangue para o cérebro. À medida que as pessoas envelhecem, os artérias centrais endurecem, ficando com menor elasticidade, sendo que o cérebro recebe o sangue com mais elevada pressão, o que pode danificar a cognição, descobriram os pesquisadores.

No estudo, Pase e seus colegas analisaram se a associação entre pressão arterial e cognição era mais forte para medições feitas no braço, ou nas artérias centrais. Os pesquisadores examinaram 493 australianos com idades entre 20 e 82 anos. Os participantes eram na sua maioria brancos, e todos eram não fumadores e sem histórico de acidente vascular cerebral ou demência.

Os participantes do estudo realizaram tarefas para medir vários tipos de conhecimento, tais como o processamento visual, a memória de trabalho, e habilidades de reconhecimento e velocidade de processamento. Os pesquisadores também registaram medidas de pressão arterial do braço e artérias centrais.

Os pesquisadores descobriram que a pressão arterial elevada braquial estava associada a um pior desempenho no teste de processamento visual, mas a alta pressão arterial central, aparecia correlacionada com um pior desempenho em vários testes, incluindo o processamento, reconhecimento e velocidade de processamento visual.

"Isto sugere que a pressão arterial central é um indicador mais sensível do envelhecimento cognitivo", disse Pase. Para expandir os resultados, Pase afirma querer verificar se redução da pressão arterial central - que pode ser feita por parar de fumar, fazer exercício físico regular ou limitar a ingestão de sal - pode proteger as pessoas contra a deterioração mental. Os pesquisadores irão detalhar os resultados na próxima edição da revista Psychological Science.

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