Segundo uma nova pesquisa, as diferenças biológicas entre homens e mulheres podem explicar porque as taxas de depressão são maiores nas mulheres.
Os cientistas há muito reconhecem que as mulheres têm maiores taxas de depressão, transtorno de stress pós-traumático e outros transtornos de ansiedade, mas as razões para esta discrepância têm sido desconhecidas.
Num estudo publicado em janeiro na revista Biology acerca das diferenças de género, Bangasser e seus colegas analisaram os sistemas de resposta ao stress no cérebro de ratos machos e fêmeas. Os pesquisadores concentraram-se em receptores para dois tipos de hormonas do stress, o fator de libertação de corticotropina (CRF) e os glicocorticóides.
No cérebro humano, esses receptores são ativados em resposta ao stress, e ajudam as pessoas a responder de forma adequada à situação. Por exemplo, se um motorista ouve travões a guinchar, as hormonas de stress e seus receptores permitem que a pessoa procure por sinais de perigo, enquanto ainda olha para a estrada.
Quando este sistema é ativado por resposta inadequada, a resposta ao stress de uma pessoa pode tornar-se irregular, o que, em casos leves pode levar à ansiedade e, em casos mais graves, pode causar depressão ou transtorno de stress pós-traumático. No seu estudo, os pesquisadores descobriram que os ratos fêmeas eram mais sensíveis a baixos níveis de CRF, e eram menos adaptáveis a altos níveis da hormona.
Mais pesquisas são necessárias para verificar se a mesma diferença entre os géneros existe nas pessoas. A biologia pode não ser a única razão pela qual as mulheres são mais propensas a certas doenças mentais. A ciência aponta também fatores sociais e ambientais para influenciar a forma como as pessoas reagem a situações stressantes.