Novo sensor de câmara elimina a necessidade de flash

Sem flash? Não há problema. Um novo sensor de imagem poderá em breve tornar possível aos fotógrafos tirar fotos, nítidas, mesmo com pouca iluminação.

Criado por uma equipa de pesquisadores da Nanyang Technological University (NTU), em Singapura, o novo sensor é altamente sensível à luz visível e infravermelhos, o que significa que pode ser usada em tudo, desde as câmaras da família Nikon, passando por câmaras de vigilância até câmaras de satélite.

O sensor, que é 1.000 vezes mais sensível à luz do que os sensores de imagem da maioria das câmaras de hoje, obtém esta foto-resposta elevada a partir da sua estrutura inovadora. É feito de grafeno, um composto de carbono super forte, com uma estrutura de favo de mel que é tão flexível como a borracha, mais condutora do que o silício e resiste melhor ao calor do que um diamante.

O grafeno, que é uma camada de um átomo de espessura da grafite mineral, já ganhou uma reputação como o material de construção do futuro. De facto, Andre Geim e Konstantin Novoselov levaram para casa o Prémio Nobel de Física em 2010 devido ao seu inovador trabalho com o composto.

O inventor do novo sensor, Qijie Wang, professor-assistente da Faculdade de Engenharia Elétrica e Eletrónica da NTU, disse que esta é a primeira vez que um amplo sendo de espectro, altaamente fotossensível foi feito usando grafeno puro.

"Nós mostramos que agora é possível criar sensores baratos, sensíveis e flexíveis apenas a partir de grafeno", disse Wang. "Esperamos que a nossa inovação tenha um grande impacto não só no setor de imagem do consumidor, mas também em imagens de satélite e indústrias de comunicação, bem como dm aplicações de infravermelho médio".

Wang disse que a chave para o seu novo sensor é o uso de nanoestruturas "luz-estufa" que usam o grafeno como base. As nanoestruturas prendem partículas de electrões da luz geradas durante muito mais tempo do que nos sensores convencionais.

Isto resulta num sinal eléctrico mais forte do que o usual, que pode ser transformado numa imagem, tal como uma fotografia captada por uma câmara digital. A maioria dos sensores de câmara de hoje utilizam um semicondutor de óxido de metal complementar como base. Mas Wang disse que a sua base de grafeno é muito mais eficaz, produzindo fotos mais claras e nítidas.

Wang teve em conta as práticas de fabricação atuais na concepção deste novo sensor. Em princípio, a indústria da câmara será capaz de continuar a usar o mesmo processo para fazer os seus sensores, mas poderão simplesmente mudar os materiais de base para o grafeno. Se a indústria adotar esta tecnologia, as câmaras poderão ficar mais baratas, mais leves e com uma vida de bateria mais longa, afirma Wang.