Aplausos são contagiosos e espalham-se como uma doença

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Aplausos são contagiosos e espalham-se como uma doença


Como você decide quando começar a bater palmas após um desempenho virtuoso? E quando você para? Uma nova pesquisa descobriu que a resposta está no que as outras pessoas ao seu redor estão a fazer. 

Quanto mais alto o aplauso - que indica que mais pessoas estão a aplaudir - mais provável é você participar, de acordo com o estudo publicado a 18 de junho, no Journal of Royal Society Interface.

Os resultados não dizem respeito só às palmas: Os pesquisadores estão a tentar entender como os comportamentos sociais, desde as tendências da moda até aos protestos políticos e ao suicídio, se espalham entre os seres humanos.

"Os comportamentos podem espalhar-se através de um grupo, um pouco como uma doença", disse Richard Mann, pesquisador de matemática na Universidade de Uppsala, na Suécia. "Eles pulam de uma pessoa para outra até que a maioria na sala esteja infectada".

Mann e seus colegas já haviam pesquisado como os pássaros se movem em bandos e peixes nadam em cardumes. O estudo dos aplausos foi uma maneira de examinar um comportamento de grupo semelhante e simples nos seres humanos.

Para levar as pessoas a bater palmas, os cientistas reuniram grupos de 13 a 20 alunos em público e fizeram-nos assistir a uma breve apresentação de outro aluno. À audiência foi dito que o apresentador era um voluntário, então eles deviam aplaudir essa pessoa após a palestra. 

Sem o conhecimento dos participantes, no entanto, os pesquisadores estavam a filmá-los, registando exactamente quando começavam e paravam de bater palmas. A experiência foi repetida seis vezes, com a mesma apresentação, mas diferentes públicos.

A principal descoberta foi a de que nem o comportamento dos seus vizinhos imediatos nem a qualidade da apresentação determinam o espalhar das palmas. Em vez disso, o aplaudir construíu-se sobre si mesmo.

"As pessoas começaram a subir a taxa em que eles bateram palmas quando ouviram mais e mais pessoas na sala a bater palmas", disse Mann. A paragem dos aplausos ocorreu de maneira similar, com pessoas a seguir a multidão a cessar os aplausos, afirmou Mann. 

Mas o comprimento de bater palmas variou muito, porque alguém do grupo teve de ser o primeiro a decidir parar. A cessação de aplauso pelo líder desencadeou uma cascata de mais e mais pessoas a parar também.

O padrão das palmas encaixa-se num modelo de doença, em que quanto maior o número de pessoas, mais provável você ser atingido. O estudo confirma a disseminação de comportamentos, sobre os quais os cientistas já haviam especulado, mas nunca haviam sido capazes de testar experimentalmente.
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