O Homem de Neandertal e o Homem Moderno coexistiram nos Picos da Europa, em Espanha, até há 40 mil anos, conclui um estudo arqueológico levado a cabo em conjunto por uma universidade espanhola e pela Universidade de Oxford, publicado ontem (14 de maio).
Os investigadores analisaram depósitos arqueológicos da zona mais alta do abrigo rochoso, na entrada de uma gruta em La Guelga (Espanha), e encontraram materiais atribuídos ao homem anatomicamente moderno entre estratos com materiais produzidos por Neandertais.
"Seria uma espécie de sanduíche em que as fatias de pão corresponderiam a estratos de materiais utilizados pelos Neandertais e o recheio era formado por materiais deixados por Homens Modernos", explica em comunicado Jesús F. Jordá, um dos investigadores da Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED), que esteve envolvida no estudo.
A descoberta "confirma a coexistência de ambas as espécies na zona cantábrica, refere o investigador, segundo o qual "os humanos modernos ocuparam durante algum tempo a mesma gruta que, antes e depois, foi habitada por grupos de Neandertais".
A UNED lembra no comunicado que a região cantábrica é uma das escassas zonas da península ibérica em que os Neandertais (Homo neanderthalensis) e os homens modernos (Homo sapiens) chegaram a coexistir há 40 mil anos.
Estes dados vêm contradizer estudos anteriores, que constataram que os últimos Neandertais do sul da península não coexistiram com os humanos modernos. O novo estudo foi publicado em livro editado pelo Museu Neandertal de Mettmann, na Alemanha.