Os níveis de uma hormona do stress libertada pela placenta pode prever o risco de uma mulher desenvolver depressão pós-parto, sugere uma nova pesquisa.
As novas descobertas sugerem que a medição dos níveis da hormona, chamada hormona placentária liberadora de corticotropina (pCRH), poderá um dia ajudar a identificar as mulheres que são propensas à depressão pós-parto antes de darem à luz.
"As mulheres que apresentam altos níveis dessa hormona pré-natal estão em maior risco", disse a co-autora do estudo Laura Glynn, psicóloga da Universidade de Chapman, na Califórnia. O estudo mostrou uma associação, não uma relação de causa e efeito, entre os níveis pCRH e depressão pós-parto.
Mais pesquisas são necessárias para determinar exatamente como essa associação pode funcionar. O estudo foi apresentado a 21 de maio na reunião anual da Associação Americana de Psiquiatria, e não foi publicada ainda num jornal peer-reviewed.
A placenta, que se encontra dentro do útero e fornece alimentação ao bebé, produz quantidades variáveis da hormona pCRH durante o decorrer da gravidez, com um aumento acentuado pouco antes do nascimento. Os cientistas acreditam que a hormona desempenha um papel no momento em que as mulheres dão à luz.
As mulheres que têm partos prematuros, por exemplo, tendem a apresentar níveis mais elevados de pCRH do que aquelas que têm partos no prazo previsto. Para entender como os níveis pCRH podem estar relacionados à depressão pós-parto, Glynn e seus colegas mediram os níveis da hormona no sangue de 170 mulheres grávidas às 15, 19, 25, 31 e 36 semanas de gestação.
Os pesquisadores também avaliaram os níveis de depressão das mulheres em três e seis meses após o parto. As mulheres com altos níveis de pCRH ao redor do meio da sua gravidez (com 25 semanas) eram mais prováveis de ficarem deprimidas três meses após o parto, em comparação com mulheres cujos níveis eram inferiores no meio da gravidez.
Os pesquisadores não encontraram uma ligação entre os níveis pCRH e a depressão na marca dos seis meses. As descobertas podem ajudar a identificar as mulheres que estão em risco de depressão pós-parto antes de darem à luz, para que os profissionais de saúde possam intervir mais cedo. É especialmente importante identificar os riscos cedo porque a depressão pós-parto pode ter efeitos duradouros.