Pessoas com défice de atenção e hiperatividade (TDAH) que tomam determinados medicamentos por longos períodos podem desenvolver alterações nos seus cérebros que, eventualmente, podem afetar a sua capacidade de responder aos fármacos, sugere um novo estudo.
No estudo, os adultos com TDAH tinham níveis mais elevados de uma proteína transportadora de dopamina no cérebro depois de um ano de tratamento com o fármaco metilfenidato (mais comumente vendido como Ritalin).
Enquanto alguns pesquisadores têm especulado que as pessoas com TDAH têm naturalmente mais transportadores de dopamina no cérebro, o novo estudo sugere que os altos números são resultado do tratamento com medicamentos, disse o pesquisador Gene-Jack Wang, do Laboratório Nacional Brookhaven, em Upton, Nova Iorque. Antes do estudo, nenhum dos participantes tinha sido tratado com medicamentos para o TDAH.
Como o estudo apenas olha para pacientes em tratamento há mais de um ano, a consequência desta mudança no cérebro não é conhecida, disse Wang. Mas é possível que a mudança possa afetar a forma como os pacientes respondem aos medicamentos. A dopamina é uma substância química do cérebro que envia sinais entre as células nervosas, e está ligada à atenção e prazer.
Pensa-se que as pessoas com TDAH têm problemas com os seus sinalizadores de dopamina, e os fármacos como o Ritalin aumentam os níveis de dopamina, o que ajuda os pacientes a focarem-se. Os transportadores de dopamina, por outro lado, limpam a dopamina após o envio de um sinal químico.
Assim, mais transportadores de dopamina pode significar que a dopamina fica limpa mais rapidamente, especialmente durante períodos em que os pacientes param de tomar os seus medicamentos. "Isso pode resultar em falta de atenção mais grave e na necessidade de altas doses de medicação", escreveram os pesquisadores na edição de 15 de maio edição da revista PLoS ONE.
Pesquisas futuras são necessárias para explorar se esse aumento de transportadores de dopamina, de facto, leva a uma maior tolerância de medicamentos para o TDAH, disse Wang. É possível que, depois dos pacientes pararem de tomar os medicamentos, o número de transportadores de dopamina reduza. Estudos também devem determinar se algumas pessoas são geneticamente propensas a uma menor tolerância aos medicamentos para a TDAH.
O estudo envolveu 18 adultos com TDAH que tiveram os seus cérebros escaneados duas vezes: uma vez no início do estudo, antes de qualquer tratamento de medicamentos, e uma vez no final do estudo, depois de um ano a tomar Ritalin. Entre os participantes, houve um aumento de 24% no número de transportadores de dopamina em certas áreas do cérebro. Em contraste, um grupo de indivíduos saudáveis que não tomaram Ritalin não apresentaram nenhum aumento nos transportadores de dopamina ao fim de um ano.
Legal o artigo, bem escrito, mas faltou citar a fonte, né? Quem realizou estudo, onde e quando foi publicado, etc. Ou, no mínimo, colocar o link para a publicação original
ResponderExcluirO desenvolvimento de tolerância ao metilfenidato é conhecido faz tempo. Faltou informações sobre a fonte mesmo.
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