Em 2007, em conjunto com o Departamento Britânico de Saúde, a revista médica britânica The Lancet publicou orientação sobre a gestão de greve de fome. Pessoas que estão em bom estado de saúde, no início de uma greve de fome "têm geralmente pouco risco de morrer de desnutrição por pelo menos seis a oito semanas", diz o estado.
Mas as pessoas que estão doentes podem morrer de desnutrição em menos de três semanas. E se uma pessoa também se recusar a ingerir todos os líquidos, incluindo água, "a deterioração é muito rápida, com a morte perfeitamente possível dentro de sete a 14 dias, especialmente durante os períodos mais quentes do ano".
No início de um jejum ou greve de fome, a fome costuma desaparecer depois de dois ou três dias. Após o terceiro dia de uma greve de fome, o corpo começa a utilizar a proteína muscular para produzir glicose, um açúcar que é necessário para o metabolismo celular. Os níveis de electrólitos importantes, tais como potássio, caem para níveis perigosos. O corpo também perde gordura e massa muscular.
Depois de duas semanas, as pessoas em greve de fome podem ter dificuldade em manter-se em pé, pois eles também podem sofrer de tonturas graves, lentidão, fraqueza, perda de coordenação, baixa frequência cardíaca e sensação de frio. Os baixos níveis de tiamina (vitamina B1) tornam-se um risco real após duas ou três semanas e podem resultar em problemas neurológicos graves, incluindo défice cognitivo, perda de visão e falta de habilidades motoras.
Após mais de um mês de jejum, ou quando mais de 18% do peso do corpo é perdido, podem ocorrer complicações médicas graves e permanentes. Pode tornar-se muito difícil engolir água, pode ocorrer perda de audição e visão, a respiração pode tornar-se difícil e falhas em orgãos podem começar a ocorrer.
Além dos 45 dias, a morte é um risco muito real, devido ao colapso cardiovascular ou infecção grave. Além dos danos físicos sofridos pela greve de fome, mudanças psicológicas que causam comportamento impulsivos e agressivos são comuns. Estes efeitos podem "aumentar a probabilidade dos indivíduos levarem a greve de fome até à morte", de acordo com um relatório do Journal of Medical Ethics.
Mesmo depois de uma greve de fome terminar, a realimentação tem alguns riscos reais, uma vez que as alterações metabólicas que ocorrem durante o jejum severo podem ser profundas. De acordo com um relatório de 2011 na revista Gastroenterology Research and Practice, os pacientes devem ser cuidadosamente geridos.
